É a atitude que tomamos, consciente ou inconscientemente, através da qual revelamos e expressamos no mundo o nosso orgulho. E o orgulho resulta da percepção equivocada que vamos tendo de nós mesmos, quando, cada vez mais, precisamos nos perceber os mais diferentes, os mais especiais, os maiores, os melhores, os mais... Sempre nos comparando, com nosso foco de atenção sempre fora, nos outros; sempre nos “defendendo”, disfarçando nosso medo de ser menos, menor... Sempre tentando aplacar nossa necessidade de reafirmar nosso valor. Esse medo de ser menos nos aprisiona nesse processo de comparação compulsiva. Nossa mente rígida, teimosamente se fecha em nossa defesa e, consciente ou inconscientemente, vamos nos percebendo como os orgulhosos vencedores nesse embate interior. O orgulho é a exacerbação, é a distorção de nosso sentimento de dignidade pessoal, de valor natural. E nós demonstramos tudo isso através da Arrogância.
Embora nos pareça uma atitude tão antipática, que repudiamos, pode ser interessante estarmos atentos a todo esse processo em nós, com uma curiosidade sadia, generosa e bem humorada. Nosso orgulho e arrogância nem sempre são tão explícitos. A prepotência, o autoritarismo, a presunção, o perfeccionismo, disfarçam-se para nós mesmos, justificam-se como atitudes naturais e até elogiáveis pelo nosso ego rígido e auto-manipulável. Podemos levantar algumas questões:
- sou perfeccionista, obrigo-me sempre ao melhor, a ser a melhor?
- sou mais “generoso”, posso até “perdoar” e ser indulgente com os erros dos outros, “coitados”?
- sei o que é melhor para os outros, tenho mais competência, aconselho-os mesmo que nada me peçam...? Sacrifico-me para resolver seus problemas, para viver e dirigir suas vidas...?
- tenho uma visão mais “certa” e um contacto melhor com Deus, por isso insisto em “salvar” os outros ou então desprezo interiormente, disfarçadamente, suas crenças religiosas (mais “erradas”)?
- quero impor minhas idéias (são melhores) ou então, nem discuto, fecho minha mente e ignoro as dos outros (são menores, piores)?
- sou mais “caridosa e humilde” porque nas minhas preces peço a Deus por todos, menos por mim (afinal, sou mais forte, obrigo-me ao melhor...)
- tenho “pena” das “tiriricas”, porque nesse jardim da vida eu nasci uma “rosa”, fazer o quê ?...
E tantas e tantas outras distorções que podemos ir descobrindo... Descobrir, inclusive, porque me irrito tanto com os “donos da verdade”, com os que podem mais, os que pensam que são melhores...com os orgulhosos e arrogantes! Afinal, eles pensam que são melhores que EU! Como é mais fácil enxergar a arrogância nos outros! Mas, se tivermos “olhos de ver” podemos aproveitar para descobri-la em nós mesmos!
É isso! Enquanto só nos compararmos e competirmos, mantivermos nosso foco de atenção nos outros, nada descobriremos de nós mesmos, não poderemos nos libertar dessas distorções do ego. E essa procura interior, feita com aceitação, generosidade, de boa vontade e com muito bom humor, nos dá coragem para mudar, para ir desfrutando de um gostoso sentimento de igualdade, de humanidade, de serena Humildade. E isso é muito bom!
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