Mulher Menina, você que aprendeu o dever de ser a boa filha, boa irmã, a atender às expectativas da mãe, do pai, da família, mesmo quando essas expectativas eram tão controversas... Você precisava tanto de amor e aprovação! Você, que se culpa por tudo que ousou fazer diferente do recomendado, pelas alegrias que não deu, pelas lágrimas que os fez chorar... Você se sente responsável por eles até o fim... e, até lá, continua menina, buscando aprovação!
Mulher Companheira, você que sonhou sempre com um Grande Amor, um amor maior e diferente de todos os outros amores... Um dia, você encontrou esse Grande Amor... apenas para sofrer com o medo de perder sua magia apaixonada! Você, teimosamente, desesperadamente, tentou controlar, “mostrar serviço”, brigou, cobrou, manipulou, tornou-se “chata”, fez-se submissa, qualquer coisa “pelo Amor”... Ainda assim, viu com tanta dor e até horror, com culpa, vergonha, confusão, humilhação... a paixão e a ternura irem se apagando na relação! Quanta dor no desamor, quanta vergonha no “desvalor”! Mas, quanta Coragem para tentar de novo e quanta Sabedoria ao entender que, depois do fogo da paixão, depois da libertação pela “ des-ilusão”, finalmente se pode, realmente, aprender a Amar – primeiro aprendendo a Cuidar de Si Mesma, a desabrochar, independente, livre, forte, generosa, serena – para, então, amar com parceria, para ser Companheira!
Mulher Mãe, você que se deslumbrou com sua capacidade de “trazer a vida” e se assusta, até se angustia, com a intensidade do amor que explode no seu peito só de olhar, só de sentir, suas “crias”. Você acreditou ser sua grande missão moldar seus destinos, fazê-los “dar certo”, serem para sempre felizes, não permitir que jamais sofressem ou morressem!!! O Tempo, a Vida, se encarregaram de trazê-la para a realidade de sua impotência ante essa Missão Impossível... mas você manteve seu poder de amar, amar, amar... Você está aprendendo a ser uma Mãe diferente, permitindo que os filhos façam suas próprias opções, que sorriam, chorem, cresçam... ainda que a satisfação disso se misture sempre a um grande medo ao vê-los “surfando” na Vida!
Mulher, você que um dia deixou o primeiro ninho, que escolheu um companheiro, que construiu e , se preciso, reconstruiu seu próprio ninho, que viu, aos poucos, sua ninhada ir deixando o ninho vazio... mas sempre o manteve disponível, acolhedor.
Você, que se rende a uma Vocação Maior para se libertar e, então,acompanhar, incentivar, se cuidar e cuidar, se amar e amar... Você que se vê cobrada, censurada, repuxada, ansiada, em tantos papéis, por tantos amores... mas, chorando ou sorrindo, sabe que vale a pena!
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