Dói tanto! Quando consigo, confesso que fujo dela!
Saudades são filhas das minhas
lembranças...Lembranças alegres, lembranças tristes... Lembranças de momentos
marcados pela felicidade e de outros, marcados pela dor, até pelo horror... Lembranças
de dias frios, chuva fria, temporais quentes de verão, banhos de chuva, risos,
trovoadas, sustos...eu menina e, mais tarde, os meus meninos... Elas me trazem
saudade do aconchego da família protetora e ainda inteira... São tantas as
saudades...!
- Saudade da infância, dos vizinhos, da
escola, dos “amigos para sempre”, da adolescência assustada e atrevida...
- Saudade da juventude ainda
inocente que me levava a idealizar, a buscar os sonhos de “peito aberto”, tão
vulnerável às lições duras e objetivas da vida...
- Saudade dos meus alunos que me revelaram a
importância de minha “mestria” em suas vidas e me encantavam em nosso convívio,
naquele caminhar gostoso, juntos, num
Encontro diário...
- Saudade de colegas, em outros trabalhos, que
dividiam comigo brincadeiras, alegrias, impaciências, companheirismo, em meio
às lutas cotidianas, nas longas horas longe de casa.
- Saudade das “secretárias” que tanto me
ajudaram a “levar” a casa, os filhos, a família...
- Saudades maiores do carinho de meus avós, da
tia sempre companheira, de meus pais mais jovens, sempre atentos, cuidadosos,
disponíveis para tudo, a qualquer momento...
- Saudades dos primeiros amores, saudades dos
primeiros tempos do último amor, do amor que ficou...
- Saudades da infância dos primeiros filhos,
dos filhos que se juntaram a nós, dos filhos que chegaram ainda depois, tão
dependentes, tão próximos, tão meninos... Saudades da chegada alvoroçada e
curiosa dos “escolhidos” pelos filhos já adultos, saudade dessas relações se
tornando mais íntimas, mais amorosas, saudade da chegada em festa dos netos...
A Família crescendo, o abraço aumentando...
- Saudade das férias, das festas
de São João, dos Natais, dos lanches sob qualquer pretexto, apenas para
ficarmos juntinhos...
- Saudade das coisas boas que ficaram no
tempo... mas, mesmo assim, como dói!
Saudade é o
passado gritante, gritando, querendo se fazer ouvir, se fazer sentir,
machucando de graça, porque ele não volta! A saudade revive o que não mais
podemos viver!
As Saudades mais terríveis,
saudades que parecem nos rasgar, dilacerar, no físico, na alma, são as saudades
daqueles que já se foram de nossos olhos, de nosso toque, do nosso convívio.
Enquanto ainda estávamos todos aqui parecia ser possível tornar realidade,
recriar o filme maravilhoso do passado de nossas vidas. Agora não, agora são só
saudades... Saudades que me assaltam em repentes, que eu respeito, que me fazem
chorar em agonia... Mas, depois, enxugo o pranto e Caminho...