Irmãos, companheiros primeiros, companheiros no ninho,
companheiros de ninhada... Ninhadas pequenas, grandes ninhadas, crias criadas
junto, crias criadas separadas – não importa, o vínculo se fez e persiste!
Irmãos mais velhos, mais
“sabidos”, ora protetores, ora ditadores, invasores, “educadores”, ciumentos da
atenção e do amor que passou a ser “dividido”. Irmãos mais novos, implicantes,
invejosos de nossa “maior/idade”, das nossas primeiras liberdades... Eram nossos
maiores admiradores, só queriam mesmo era serem aceitos como iguais, como
colegas e companheiros! Irmãos “do meio”, espremidos, destemidos, lutadores,
buscando sempre seu lugar no ninho! Irmãos que a gente critica e briga, mas não
quer que ninguém critique! Irmãos eternos “rivais” competindo pelo espaço no
ninho, espaço no colo, nos carinhos, na atenção e admiração do pai e da mãe.
Quando nos afastamos, fisicamente,
na vida adulta, é o fio da infância que nos mantém unidos. Quando nos afastamos
afetivamente, brigados, distanciados, a ruptura desses fios nos faz
ressentidos, amargos, quebrados em nossa história...
Os irmãos nos foram oferecidos
pela Vida para aprendermos a dividir, a compartilhar... Um Amor Maior nos fez
irmãos, nos fez nascer no mesmo ninho, para sabermos, para sempre, que não
somos sozinhos... Fomos moldados e curtidos nas mesmas festas de família, nos
mesmos passeios, nas mesmas férias... E também nas mesmas crises dos pais, nas
separações, nos mesmos medos, nas mesmas perdas...
Conforme o tempo avança, mais e
mais, ganham significado esses laços que
nos unem à nossa origem. Cada vez mais sentimos a força desses vínculos, mesmo quando
distantes uns dos outros. Os irmãos são a memória, o que ficou de nossa
infância, eles são o “restinho” de nossos pais. São as testemunhas vivas do
início de nossa história. Eles trazem, como nós, a marca indelével de nosso
berço, da Família que nos acolheu nessa caminhada.