No entanto,
se não estou disposta a abandoná-los, se não quero desistir dos “difíceis”, o jeito será EU me mobilizar procurando descobrir,
estabelecer, comunicar e honrar os Meus
Limites dentro dessas relações. Para isso, preciso estar em constante atenção
comigo mesma. Qual é o meu limite nesse
convívio e nessa situação? Acabo por descobrir que meus limites são diferentes
em situações diferentes e com diferentes pessoas! Com algumas pessoas tenho
maior aceitação, com outras tenho maior dificuldade de comunicar o meu limite – dizer –lhes o que aceito e
o que não aceito. Uma vez eu li e hoje acredito: “Eu ensino aos outros como eles irão me tratar”! “O bom cabrito não
berra!” Se eu permito que me invadam, não adianta reclamar, me lamuriar, culpar
os outros, ficar ressentida, com mágoa ou com muita raiva. O meu espaço, a minha dignidade, a minha
qualidade de vida nas relações é Minha responsabilidade.
Preciso
trocar o foco de minha atenção! Em vez de focar o outro e tentar modificá-lo,
preciso focar em mim, procurar me
conhecer, aprender a ser leal comigo, comunicando às pessoas o que aceito ou
não. E para isso preciso, realmente, criar uma “intimidade” comigo, me “sentir”
em cada situação, para ver se estou pronta a honrar os limites que quero estabelecer
e comunicar. Quando não, devo procurar entender melhor os meus medos e porque
me obrigo a “engolir os sapos” que não quero! Esse
assunto de Limites é muito difícil
de enfrentar porque aprendi a Amar misturando, invadindo e sendo invadida, sem
limites... Também é difícil porque sempre queria agradar para ser valorizada...
Queria amor e valorização, tinha medo de ser rejeitada, preterida...
Nossos
relacionamentos são importantes para nosso crescimento e libertação porque eles
apontam e nos confrontam com nossas dificuldades. Fico muitas vezes tentada a
simplesmente abandonar algumas pessoas, a desistir de me relacionar com elas
pelos incômodos, dificuldades e dores
que me trazem. Mas entendo que esta “poda” me levaria ao isolamento e me
faria perder essas oportunidades que a Vida me traz através dos “difíceis”. Permanecer
nas relações mantendo o foco interno, enfrentando com gentileza, honestidade e firmeza os desafios que o ego do Outro
pode me trazer, é a oportunidade que tenho de aprender a me respeitar, me
conhecer, me gostar, a ser leal e generosa comigo mesma.