Pesquisar este blog

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

OS MEUS LIMITES


           A única forma de preservar minhas relações, quaisquer relações, é a minha capacidade de estabelecer e honrar os meus limites, não me deixando invadir e desrespeitar. Já entendi que não posso modificar ninguém! Não posso modificar os “folgados”, os invasivos, os manipuladores, os grosseiros, os “espertos” mal intencionados... Não posso, por isso, estabelecer limites e ter controle sobre suas atitudes e suas vidas. Não posso transformá-los em pessoas éticas, respeitosas, gentis, educadas...

            No entanto, se não estou disposta a abandoná-los, se não quero desistir dos “difíceis”, o jeito será EU me mobilizar procurando descobrir, estabelecer, comunicar e honrar os Meus Limites dentro dessas relações.   Para isso, preciso estar em constante atenção comigo mesma. Qual é o meu limite nesse convívio e nessa situação? Acabo por descobrir que meus limites são diferentes em situações diferentes e com diferentes pessoas! Com algumas pessoas tenho maior aceitação, com outras tenho maior dificuldade de comunicar o meu limite – dizer –lhes o que aceito e o que não aceito. Uma vez eu li e hoje acredito: “Eu ensino aos outros como eles irão me tratar”! “O bom cabrito não berra!” Se eu permito que me invadam, não adianta reclamar, me lamuriar, culpar os outros, ficar ressentida, com mágoa ou com muita raiva. O meu espaço, a minha dignidade, a minha qualidade de vida nas relações é Minha responsabilidade.

            Preciso trocar o foco de minha atenção! Em vez de focar o outro e tentar modificá-lo, preciso focar em mim, procurar me conhecer, aprender a ser leal comigo, comunicando às pessoas o que aceito ou não. E para isso preciso, realmente, criar uma “intimidade” comigo, me “sentir” em cada situação, para ver se estou pronta a honrar os limites que quero estabelecer e comunicar. Quando não, devo procurar entender melhor os meus medos e porque me obrigo a “engolir os sapos” que não quero!   Esse assunto de Limites é muito difícil de enfrentar porque aprendi a Amar misturando, invadindo e sendo invadida, sem limites... Também é difícil porque sempre queria agradar para ser valorizada... Queria amor e valorização, tinha medo de ser rejeitada, preterida...

            Nossos relacionamentos são importantes para nosso crescimento e libertação porque eles apontam e nos confrontam com nossas dificuldades. Fico muitas vezes tentada a simplesmente abandonar algumas pessoas, a desistir de me relacionar com elas pelos incômodos, dificuldades e dores  que me trazem. Mas entendo que esta “poda” me levaria ao isolamento e me faria perder essas oportunidades que a Vida me traz através dos “difíceis”. Permanecer nas relações mantendo o foco interno, enfrentando com gentileza, honestidade e firmeza os desafios que o ego do Outro pode me trazer, é a oportunidade que tenho de aprender a me respeitar, me conhecer, me gostar, a ser leal e generosa comigo mesma.