“O tempo não corre em vão!” Estou tentando aprender a me dar
um tempo. Estou, afinal, entendendo que precisamos nos dar um tempo. Não devo
dormir no tempo, mas estar acordada, respeitando cada tempo, aproveitando o
saber, talvez até a sabedoria, que ele pode me trazer.
São tantos
tempos! Tempo de chegar, tempo para ficar, tempo de partir... O tempo para
aceitar o que não quero, o que me machuca, o que me irrita, o que não posso...
Preciso de tempos curtos para aceitações mais simples, mas eles variam de
acordo com as minhas expectativas, com o tamanho das minhas desilusões, com a
força de minha teimosia, da minha negação, da minha raiva, da minha resistência
em aceitar. Mas atenção: meu
orgulho, com minha arrogância, minha pretensão, minha vaidade, meus
melindres... podem ir esticando esse tempo, gastando as oportunidades que a
vida me traz, transformando-me numa prisioneira da espera.
“Me dá um
tempo!” – “Preciso de um tempo!” Parece “chororô”, mas é verdade!
- preciso de um tempo para entender e assimilar o novo
- preciso de um tempo para “esquecer” a vergonha...
- para abandonar a culpa e aceitar que falhei...
- para repensar minhas escolhas, para aceitar suas
conseqüências...
- para desistir de me apegar às críticas e aprender a gostar,
a apreciar, a elogiar...
- para “digerir” minhas experiências e transformá-las em
nutrição sadia para minha vida.
- preciso de um tempo para aceitar o inaceitável, as dores
maiores... Para entender que, apesar de tudo, precisamos continuar...
Precisamos,
na verdade, de tantos tempos... De toda uma vida de variados tempos para nossas
mudanças. “O tempo não corre em vão!” – Quando acordados, atentos, disponíveis, flexíveis, ele se perpetua no
Agora e, então, nos vamos nos libertando,
nos transformando.