PACIÊNCIA E LIMITES

 

         Conviver é o nosso grande desafio! Por outro lado, precisamos e necessitamos estar em companhia uns com outros. Somos criaturas grupais, precisamos pertencer! Como conciliar, as dificuldades desse impasse a que nos vemos submetidos? Como fazer desse desafio um processo menos doloroso e mais profícuo para nossa e passagem por essa Vida? 

Uma primeira admissão: Somos diferentes uns dos outros! Apesar do amor, da consanguinidade (pais, filhos, irmãos...)  apesar da educação em comum, dos desejos e sonhos semelhantes, do passado com amor e/ou paixão.... Somos diferentes, reagimos diferente a tudo e todos, pensamos diferente... Cada um é único! Cada um é um original de Deus!  Essa é uma verdade simples e óbvia, mas que esquecemos de admitir a todo instante! Acreditamos que “pelo amor” teremos o poder de nos igualar, de nos modificar uns aos outros!

É importante nos perguntar : Porque estamos aqui? Acredito que estamos num processo contínuo de descobrir, aprender, evoluir, rumo à felicidade. Mas se não entendermos essa verdade simples sobre quem sou Eu e quem são os Outros, nada aprenderemos, só lutaremos, disputaremos e caminharemos apenas para os confrontos e muita infelicidade!

Como lidar com o desafio de vivermos assim, tão próximos, juntos e misturados em nossas crenças familiares equivocadas? Todo e qualquer desafio é para mim! Toda mudança precisa começar em mim, na  medida em que só posso mudar a mim! E como é difícil mudar!

Preciso de muita Paciência comigo, com meus medos de perder, com minha necessidade de controle, de saber mais, de poder mais...  Estou aprendendo que o Amor começa em mim e  o  Amor é Paciente, gentil, generoso com minhas dificuldades! É difícil cuidar de mim, quando sempre aprendi e quis cuidar dos outros! A Aceitação paciente de minha humanidade, um dia de cada vez, resguarda minhas forças e minha auto confiança para mudar!

Se minha vida familiar e amorosa está tão confusa e doída, preciso desembaraçá-la... Com Paciência, preciso ver o que é de “minha conta”, o que posso realmente mudar (eu) e o que é só um desejo e uma fantasia amorosa(os outros). Preciso, então, estabelecer Limites entre Eu e o Outro ! Como é difícil, também! Preciso todo o tempo me lembrar de que é uma questão de Respeito e Honestidade a mim e ao Outro! Mas temos medo de magoar, de zangar, de perder ( o que na verdade nunca foi realmente nosso!) Preciso aprender a me comunicar com Verdade, Gentileza  e com Firmeza! Tudo é novo e difícil, mas vale a pena...

Qualquer descoberta exige Mente Aberta e qualquer mudança e aprendizado, requer Paciência e Perseverança... O prêmio ... Sair da luta que nos afasta e ir construindo uma Paz Interior que nasce da compreensão de todo o processo da vida.

O BOM COMBATE II

 

        Estamos adaptados para o combate! Fomos criados na luta contra tudo que nos ameaçasse ou às nossas vitórias, na guerra ou no amor. Nosso ego não admitia perder!

        Hoje, somos chamados a um novo tipo de combate. Esse não é contra inimigos e ameaças que nos chegam do mundo, de fora. Esse não é um combate de lutas, e força, mas de atenção e descobertas, de coragem e perseverança, para ir desarmando nosso ego, nos levando  a um novo patamar e a uma nova etapa  na libertação de nossa Luz Interior. Esse nós chamamos de “ bom combate” porque usamos nossa capacidade de nos amar, de nos perdoar e nos acreditar em todo o processo.

        Ele se apoia na observação de nós mesmos, buscando trazer à nossa consciência partes de nós que se mantém nas sombras, tanto tendências más, quanto as boas (nossos talentos). Na verdade mostramos ao mundo o que sabemos e nos convém, mas desconhecemos tudo que tememos e ficam escondido de nós, nas sombras...

        O ganho de nos vermos cada vez mais livres e fortes, mantém a coragem para ir encarando os fantasmas escondidos nas sombras de nossos porões. Eles se escondem e disfarçam nas desculpas que  jogamos na vida. Mas o bom combatente vai encarando a  Verdade sob as máscaras, sem briga, sem culpa, procurando entender sem justificar, com muita Paciência e Amor, com Perseverança..

        No processo desse Bom Combate, vamos fatalmente conhecer a Dor dos nossos erros e o remorso, que tenta nos paralisar na dor... Com a força de nosso Bom Propósito, deixamos o pântano que aprisiona e chegamos à terra firme do arrependimento, que nos pede ação, reparação para prosseguir no caminho da libertação...

        Na Vida, somos “guerreiros” da luz  valentes filhos de um Poder Maior, enfrentando dragões que se escondem em nós mesmos, passando pela expiação da Dor Consciencial, sabendo que tudo isso é que vai liberando nosso caminho em direção ao Melhor!

PEDINDO AJUDA ...

 

          Quando a agonia é maior... acabamos por pedir ajuda! Quando nossa arrogância é maior, custamos mais, lutamos mais, mas por fim cedemos!

Pedir ajuda é reconhecer que “já não posso sozinho”, é abrir mão da auto suficiência, do orgulho, da vaidade... é a rendição, a entrega, ao outro, aos outros, ao mundo... Essa rendição é muito difícil e dolorosa, porque é sem acertos, sem condições. Estamos limitados, às vezes, numa dependência quase total.

         Devemos aceitar mandos e comandos dos outros, grosserias e impaciências, sugestões e conselhos inoportunos, acatar “ajuda” dos bem intencionados, mas também dos esnobes, dos falsos, dos insensíveis... e isso é intolerável e humilhante para nosso próprio orgulho e vaidade!

Esse tipo de rendição tão doloroso nos tira da luta revoltada com as consequências de nossas escolhas, com nossas teimosias, com desafios que a vida nos traz. O que fazer? Morrer para nossa vida? Ou buscar modificar meu modo de receber ajuda dos outros?

É reconhecer que preciso de ajuda,  é a aceitação da ajuda que os outros podem ter para dar, é ter paciência com minhas próprias impaciências e com as dos outros... Estamos juntos nesses desafios e provas.

Buscar ajuda nos leva a todo um processo da humilhação até a humildade. Pedindo ajuda tive que abrir o coração e a mente para outras possibilidades, como conhecer a solidariedade, a generosidade, a compaixão, o companheirismo daqueles que também enfrentam seus desafios... Pedindo ajuda, pude ir ao encontro de um Poder Maior de Puro Amor, que de acolhe a todo instante, sem hora marcada, com paciência, com carinho... Ele me encoraja... Eu então eu peço de novo e de novo, e Ele me ouve, me orienta e encoraja!

DOCES EMOÇÔES...

 

Não fuja delas!!! Elas é que te fazem sentir-se vivo! Elas te sacodem por dentro, chegam a doer fisicamente, quando estamos trancados, defendidos... mas nos  revelam nossa origem sagrada através da doçura e gentileza de emoções mais simples.

Somos criaturas de um Criador Maior de Puro Amor. Somos “centelhinhas” dessa Luz Maior. A emoção que nos habita naturalmente é o Amor em todas as suas expressões.

Soltos num mundo cruel e agressivo, medrosos, abafamos nossas emoções mais amorosas e sintonizamos com nossos pensamentos e atitudes agressivas. Damos vazão às emoções de raiva, ódio, rancor, revanche..., mas elas não nos nutrem o interior, a Alma. Passamos pela vida defendidos, quase fechados às mais doces emoções...

Homens não choram, lutam ; mulheres sentem mágoa e raiva... A melhores e mais doces emoções nós disfarçamos, perdemos a intimidade com o melhor e mais sagrado de nosso interior, hoje tão aguerrido...

Nessa luta, perdemos os momentos mais doces e ternos com aqueles que mais amamos, porque trouxemos o amor também para as disputas e já não vemos nos outros o que poderia nos enternecer. Nossas doces emoções foram ficando blindadas e a vida foi ficando sem colorido, seca, dura...

Então, Solte-se e entregue-se à sua origem amorosa... Chore com músicas suaves e doces, curta bonitas recordações, permita-se sentir a beleza da noite solitária e silenciosa (sem televisão), enterneça-se com criancinhas e animais...

Não somos soldados em guerra, somos frágeis/fortes pessoinhas caminhando, buscando alegria no caminhar. Vamos chorar e sorrir, sem medo, sempre levados pela Ternura, Saudade, pela Esperança, pelo Assombro do Amor, pelas mais singelas e doces emoções

ARMAS DE GUERRA

 

Nas guerras com os inimigos usamos todo tipo de armamento para nos defender : máscaras. escudos., torpedos, bombas... Tudo que possa nos isolar e nos blindar. Em nossas táticas, usamos pistas falsas para desnortear o inimigo: mentiras, omissões e manipulação de notícias... Guerra é guerra!

Não podemos perder, pois a derrota nos faz sofrer e queremos vencer para alimentar nosso orgulho e nossa vaidade!  Mesmo nas guerras com o mundo, pouco pensamos nos propósitos e nos custos das lutas. Primitivos que ainda somos, trazemos em nós a necessidade de lutar para sobreviver, para dominar, para impor ideias, resguardar privilégios, poderes... Pela força, avançamos e lutamos!

Mas, tão impregnados estamos dessa necessidade de dominar, de cuidar e de decidir pelos outros, conforme nosso orgulho nos orienta, que em nome do amor, para resguardar nosso amor, passamos a usar as mesmas armas das guerras em nossas relações mais queridas!

Inseguros pelo medo de perder o “objeto” de nosso amor, perdemos a espontaneidade e a verdade nas relações. Queremos parecer sempre melhor a quem amamos e acabamos criando máscaras de quem não somos com tantas omissões, mentiras, fantasias...  Com o tempo, com o desgastar nas lutas para controle, com ciúme (ou para fugir dele), com os silêncios, que criam climas sinistros e maiores inseguranças, com as emoções  sufocadas, mas afinal vomitadas em cobranças constantes...  Então, resolvemos, mais e mais, nos resguardar com escudos, cada vez mais fortes e impenetráveis... E ali ficamos, tristes, famintos de amor, magoados, sem enxergar saída, aprisionados numa verdadeira guerra de trincheiras.

É Simples! Não podemos estar em nossas relações amorosas usando armas de guerra!   Não adianta trocarmos de parceiros se vamos continuar  em outras guerras. A guerra é complexa, dura, sem compaixão ! Seu propósito é lutar e vencer.  Ao contrário, o amor é simples, alegre, generoso!  É mantido pela aceitação, pelo respeito de espaços e limites por uma comunicação aberta e verdadeira.

Se já nos encontrarmos entrincheirados  nessa guerra, a saída  é, com paciência, ir descomplicando, depondo armas  um dia de cada vez,  acreditando que  a Verdade os  libertará e o amor os reaproximará

JUSTIÇA HUMANA E JUSTIÇA DIVINA

 

Costumamos gritar por Justiça, confundindo as duas! Com nosso olhar humano, torto, parcial, egóico, clamamos por justiça, queremos fazer justiça, tornamo-nos justiceiros e vingadores.

Nos grupos humanos mais desenvolvidos na ética e nas aspirações mais sublimes de Liberdade e Igualdade, criamos leis que organizem o caos selvagem das relações humanas. A justiça assim organizada e respeitada tenta separar para reeducar, tenta frear nossos instintos ainda tão primários.

No entanto, quando sucumbem as leis, ficamos todos entregues à sanha assassina e desgovernada dos que buscam o Poder a qualquer preço, dos que se apegam aos bens materiais, ao sucesso, ao status, à loucura de tudo e a todos dominarem. É o materialismo enlouquecido, solto, sem freios, que hoje vivemos.

Em defesa de nossos desejos egoístas, indefensáveis, buscamos toda sorte de desculpas e justificativas, na sociedade e até dentro das relações mais próximas, em família. Sem leis, distorcendo as leis, o pior de nossa atrasada humanidade se manifesta. Tornamo-nos mesquinhos vingadores ou com a prepotência do orgulho e da vaidade, em nome do “progresso material”, resolvemos “governar e educar”... Assim, vamos atropelando os direitos, principalmente, a liberdade, abafando vozes, calando uns aos outros, com agressividade, disfarçada ou não.        Salve-se quem puder ! Esse é o mundo do ego, estes são os valores do ego. Essa é  a injustiça humana! 

Mas, somos seres espirituais! Ansiamos por valores espirituais que possam nos nutrir em nossa caminhada rumo à Felicidade, que tanto ansiamos! Buscamos e confiamos numa Justiça Divina que nos conforte, oriente e fortaleça.  Muitas vezes temos dificuldade de entendê-la, porque ainda a queremos como punição, vingança e no nosso tempo!   Mas a  Justiça Divina tem um propósito amoroso e Igualitário para todos, “certos e errados”. É uma justiça que não pune, que perdoa, mas corrige e ensina a cada um de nós ....Precisamos acreditar, ter Fé no amor e na pedagogia dessa Justiça Divina, que afinal a todos chegará na forma certa e no momento certo!

CADA UM É UM !

 

Somos humanos, temos a mesma origem e a mesma destinação, mas somos absolutamente únicos nesse caminhar! Talvez por sermos centelhas de um Poder Maior, infinito em seus aspectos, potencialidades, possibilidades... não podemos sequer imaginar nosso tamanho, sentir quem somos ou podemos...Cada um é um! Cada um é o que somos agora, o que podemos agora, o que trouxemos de nosso passado, o que sonhamos para o nosso futuro... Não dá para sabermos quem, realmente, somos e muito menos quem é o Outro, cada Outro!  Tolice nos compararmos, querer entender, saber o que é melhor para outras vidas...

Estou tentando ainda entender o que penso, o que sinto, por que ajo/agi assim. Por que tantos medos? Por que tanta raiva quando sou confrontada com a realidade de que nada /ninguém está sob meu controle? Por que a vergonha de me revelar frágil, fracassada em meus delírios de grandeza e superioridade? Por que tanta culpa ao falhar quando não consegui ser perfeita em meus tantos papéis com meus amores? Por que tantas mágoas (pequenas/grandes) por não me darem o valor que eu queria?

Enquanto perco tempo de vida tentando entender e controlar os segredos de cada um, lutando com o incontrolável mistério que é o Outro, vou me arrastando mal pelo meu próprio caminho...  O tempo está passando! Preciso ir-me descobrindo porque, depois das descobertas, ainda há um grande caminho para mudarmos e nos libertarmos desses pesos de nossas personalidades .

Nossas relações são tão difíceis, porque somos um enigma cada um e estamos agora juntos!  O que   podemos fazer para descomplicar é, honestamente, nos vermos, e corajosamente nos comunicarmos.   É melhor sermos mais humildes em nossas pretensões uns com os outros ! Não posso julgar o que não sei, só posso escolher e estabelecer espaços para o respeito entre nós.

O tempo urge! Ame e sirva, primeiro a você, porque essa é sua maior possibilidade e sua principal responsabilidade. Para isso, um Poder Superior de Puro Amor e Sabedoria nos trouxe aqui!!

MANTENHA-SE SIMPLES !

 

Tudo é “Só por hoje!” Não complique! Relaxe!

Vou fazer o que dá, o que posso, sem idealização, sem perfeição, com aceitação, sem cobrança.   Vou buscar a disciplina, mas sem excessos...  Em assuntos no momento mais difíceis, tentarei dar um primeiro passo, para iniciar e me encorajar.

Cuidado com desejos ardentes, que viram sonhos e expectativas de curto prazo e longa agonia. Isso complica! Relaxe!

A vida, e as pessoas, todo o tempo nos contrariam e isso nos dá raiva! Sabemos que o Outro é o Outro, entendemos que somos diferentes, mas ainda assim ficamos com raiva! Não guarde a raiva, fale dela, entenda ela e deixe-a ir saindo... Abusos são resolvidos a cada momento com respeito a limites, mas não complique, não fique realimentando raivas e mágoas. Ela passa, tudo passa... Relaxe!

Em situações normais, corriqueiras, não se obrigue a agradar, nem se sinta obrigado a atitudes pelo grupo. Participe naturalmente ( ou não), por gosto, quando quiser ou puder.  Mantenha-se simples e relaxe!

Ame com simplicidade, ame o aqui e agora... Apenas ame e esqueça o passado, desligando-se do futuro. Apenas ame o momento e ame-se.

Seja simples, respeite seus medos mais arraigados. Seja paciente e compassivo com você enquanto procura entendê-los... Procure ousar a cada dia mais um pouco, sem forçar. Seja simples, aos poucos vai superar...

É isso! Temos grande dificuldade em ser simples, mas é assim que a vida vale a pena ser vivida. Vamos tentar, um momento de  cada vez!

AS SUTILEZAS DO ORGULHO

 

Buscar as sutilezas do nosso orgulho é um trabalho todo nosso – individual!  Todos temos orgulhos, em maior ou menor grau, em aspectos diferentes de nossa personalidade. É difícil o reconhecermos, na medida que o escondemos em nós e de nós, acobertados pela vaidade, justificado pela necessidade de sermos valorizados!

O orgulhoso não percebe, mas se acredita perfeito. É teimoso, porque acredita que sabe mais, que seu modo de pensar e seus métodos são melhores. Interiormente, mesmo sem demonstrar, não aceita ajuda ou críticas, até  as mais simples, nem sugestões, opiniões, “dicas” e muito menos conselhos. “O meu caso é diferente!” Não aceita saber ter sido alvo de considerações menos elogiosas de terceiros, tornando se assim um alvo fácil de críticas disfarçadas.  Ele se melindra e magoa muito facilmente.

Ele pouco ouve, realmente. Está sempre analisando e criticando as atitudes ou dificuldades do outro, vendo como pode rebater o que foi dito, defendendo -se, justificando-se, ou tendo ideias melhores. É um ótimo analista, reconhecendo nos outros, por projeção, traços do seu próprio orgulho.

São pais devotados tentando sempre ser perfeitos e com maior saber do que os filhos, crianças ou não. Quando os filhos ficam adultos, com opiniões e escolhas próprias, têm dificuldade em aceitar a perda da primazia em suas vidas e já não serem tão necessários e donos da verdade.

Com o avançar da idade, com as perdas físicas, com desafios à sua auto suficiência e com dependências maiores, tendem a se isolar, amargurados com sua “falta de importância” e se fecham num silêncio defensivo. Não pedem auxílio e se tornam até, muitas vezes, reativos às atitudes generosas e solidárias dos outros.

Fingem ser superiores à dor dos ataques da vida ou nas relações, repetindo sempre, debaixo de suas máscaras de orgulho– “Tô nem aí!” Do alto desse pedestal superior, têm dificuldade de dar e receber carinho, estão secos e medrosos, mesmo sob uma máscara brincalhona e risonha, escondendo seus reais sentimentos, porque têm medo de parecer frágeis!

Todo orgulhoso esconde um grande Medo: medo de ser menos, de ser igual, comum e banal. Quer se destacar de alguma forma, até mesmo pelas virtudes, inclusive pela generosidade, humildade e simplicidade!! Para disfarçar e esconder esse medo, torna-se egoísta e pode até ser  capaz de tomar e justificar as piores atitudes. Ele ainda não se conhece, nem conhece seu valor único, incomparável...

O orgulho é o primeiro dos “pecados capitais” porque nos impede de nos vermos e nos revelarmos como somos. Ele nos mantém no auto engano, em eterna competição, distante das pessoas, inclusive das que mais amamos.

É importante estarmos atentos a nós mesmos, sem medo, com verdadeira humildade, porque, de repente, em alguma situação, uma reação interna, quase desapercebida, incômoda, nos revela alguma outra faceta de nosso orgulho, ainda bem escondido – Não se assuste : é apenas mais uma outra sutileza do orgulho, de nossa tola humanidade.

ECOS DO PASSADO - RESSIGNIFICANDO LEMBRANÇAS

 

O passado está sempre nos chegando em flashes, em ecos ressoantes, alguns doces e suaves, outros rascantes, ainda nos assombrando...  Não devemos nos demorar nesse mundo fantasma e já morto, passado, a não ser com um olhar e uma escuta atual, viva, ressignificada...

Quando sou assombrada, de modo quase sempre inesperado, por uma lembrança muito dolorosa, consigo aceitá-la de modo diferente, com um novo significado, ainda que com muita dor?  A “morte” física, as desilusões, as decepções, os fracassos em alguns de nossos papéis, em família, ou não... Eu ainda reajo com os personagens julgados e condenados da mesma maneira?

Conforme o tempo passa, conforme somos “amaciados” em nossa própria humanidade pelos desafios e perdas, esse passado, batendo à nossa porta, toma novos contornos, significados e cores. Julgamos menos, entendemos mais, a nós mesmos e aos outros.  Quando mais jovens, menos vividos, somos mais radicais. Nossas lembranças eram em preto e branco. Não havia nuances de cor, perdões e explicações. Era um mundo cruel, frio, arrogante de “mocinhos e bandidos”.

Hoje, na medida que amadurecemos, podemos colorir essas lembranças, ressignificando até as mais dolorosas pelo aprendizado e redirecionamento que trouxeram às nossas vidas. E podemos agradecer as boas lembranças pela beleza, alegria e gostosura com que nos enriqueceram...

A Caminho

 

Quando nada mais faz sentido, quando entendemos que não podemos controlar o mundo à nossa volta, só nos resta mudar a direção de nosso olhar e buscar conhecer a única pessoa que tem o poder de mudar meu destino – Eu

Como lidar com meus desafios nesse mundo tão difícil? Que sentimentos, que emoções,,, elas quase me sufocam, quase me paralisam! Preciso ser mansa, calma, generosa, comigo mesma para melhor ouvi-los ou senti-los. Eles se misturam, se sobrepõem uns aos outros, me desgastam, me fazem querer chorar, me sentir vítima...  Raiva, impotência, medo, vergonha, culpa, tristeza, muita tristeza... Eles vêm a reboque de querer que tudo e todos fossem diferentes de como são no momento!

           É importante segui-los e entender que se originam em minha prepotência infantil, em minha teimosia soberba e vaidosa de me achar “especial” numa Criação onde todos somos especiais... Preciso estar atenta a tudo isso a cada novo desafio que se apresentar. E a Vida, em seu propósito maior de nos despertar para evoluir, se encarrega de nos trazer sempre novos impasses.

           Estamos todos a Caminho, cada um no seu próprio tempo, com seus próprios desafios, com suas escolhas. Estamos juntos nessa viagem, mas só eu mesma posso definir os meus passos, o meu caminhar. Acredito que um Poder Maior que nos criou também nos aguarda ao final da Jornada... Acredito que Ele pode nos orientar e fortalecer a cada momento no caminho.  ”Pedi e Recebereis”. A mim cabe fazer a minha parte -  com carinho e honestidade, desenvolvendo intimidade e segurança, procurar me ver, me entender, me perdoar, me modificar... para, cada vez mais, me libertar...

 

Quando Não Aceitamos

 

Quando falta aceitação a vida torna-se insuportável, muito dolorosa, num desespero constante e recorrente... Mas, como aceitar o inaceitável? Como aceitar o ódio, os piores desvios e a maldade em seres humanos? Como aceitar pessoas, situações e ideias tão agressivas a todos outros...  Como aceitar a dor de quem amamos, o abandono, o desamor, a “morte”... Como aceitar ...                                

Nossa natural reação é lutar contra tudo que se contrapõe a nosso desejo, tudo que foge ao nosso entendimento... Para nos sentirmos tranquilos e seguros queremos ter o controle do nosso mundo. Mas esse nosso mundo, nós o compartilhamos com os outros, sobre os quais não temos qualquer controle efetivo e/ou.  duradouro. Precisamos sempre entender e relembrar isso!

 Pare de lutar contra!  Solte-se da tentativa de controle do mundo e apegue-se a descobrir o que eu posso comigo mesmo!  Fazer o que posso, fazer a minha parte, me faz participar com honestidade e humildade, me tranquiliza e me faz operante com o processo da vida...

Muito se tem dito “Aceitação é a solução” porque Aceitar é parar de lutar contra! É parar de pensar obcessivamente naquilo que não posso  modificar. Aceitar não é gostar! ,Aceitar é  aprender a desligar-me do que não posso modificar, guardando minha energia para agir no  que me é  possível e de minha responsabilidade efetiva.  Aceitar é um sim à  Vida , é confiança em um Poder Maior, é demonstração de fé e esperança. Aceitar nos traz PAZ , mesmo em meio à dor e ao tumulto do mundo.

FUGINDO ... DA VIDA

 

Somos pessoas em fuga da dor da vida|

Fugimos da dor de nossos medos, de nossos pensamentos aprendidos, de nossas outras emoções, de situações, de decisões... Fugimos desde crianças, adolescentes e adultos, a cada novos desafios... Fugimos da dor da solidão, do abandono, das vergonhas, das culpas, do remorso, das mágoas, das desilusões...

E como fugimos? Fugimos negando, mentindo, omitindo, escolhendo só ver o que não dói ou o que dói menos... a nós mesmos e nas nossas relações com o mundo.  Fugimos nos desculpando, acusando o mundo, banalizando as dores do outro, buscando na indiferença a distância de duas dores. Fugimos, adiando decisões e escolhas, esperando que tudo se resolva, livrando-nos da responsabilidade das consequências, talvez dolorosas...

           Fugimos da dor, também nos anestesiando de modo cirúrgico e químico num mundo que tem remédio para quaisquer dores e que nos fazem esquecer !  Fugimos, também, pelos excessos do prazer físico (comida drogas/álcool e sexo), pela euforia do poder, do dinheiro, do sucesso, pelo excesso do trabalho, pelo excesso de desafios que nos drogam de adrenalina... Fugimos...

            Mas não adianta fugir tanto!  A Vida em algum momento vai nos alcançar para podemos cumprir nosso propósito primordial de despertar. Um Poder Maior nos garante Amor, Força e Orientação para enfrentarmos quaisquer desafios que nos farão crescer e sermos mais livres . Olhando para nós mesmos, descobriremos nossas rotas de fuga mais usadas e resolveremos parar e enfrentar... Confiando em nós mesmos e nesse `Poder Maior encontraremos força e determinação para encararmos as verdades que nos assustam e fazermos delas nossos aliados para nosso maior aprendizado.

O BOM COMBATE

 

Estamos acostumados a combater! Fomos criados num mundo egóico, onde lutamos para sobreviver fisicamente, para vencer, para derrotar os outros, para nos defender dos outros... São combates que temos com o mundo lá fora.

São combates impiedosos, sem beleza, num “vale tudo” feio, num “salve-se quem puder”, de vinganças, manipulações, mentiras, dores negadas e disfarçadas para melhor defesa e ataque, mesmo quando em nome do “amor”!

Mas, somos guerreiros cansados de tantos combates com o mundo! Hoje  somos chamados ao “Bom combate”! Esse nos convoca para desvendar nossas sombras, sombras que nos aprisionam, que impedem nossa Luz, que impedem nossa possibilidade de sermos cada vez mais livres, leves, felizes...

O Bom Combate, como o nome diz, é generoso, gentil, paciente... mas firme em sua proposta honesta de reconhecer nossos defeitos desenvolvidos no ego. Ele nos propõe ir nos modificando, um dia de cada vez.

No Bom Combate entendemos nossos medos, os defeitos de caráter com que tentamos acobertá-los (orgulho, vaidade, mentiras, egoísmo...) e desculpá-los, jogando-os para o mundo.

O Bom Combate acontece sempre em nosso interior: ele é de nossa inteira responsabilidade, na medida em que ele acontece para nossa libertação. Trazemos a experiência e aprendizado do passado para construirmos um presente cada vez melhor. O Bom Combate nos mantém ativos, ocupados conosco mesmos, no rumo certo na caminhada..

ZONAS DE CONFORTO

 

        Em meio às agonias, medos e dificuldades da Vida, tudo que queremos é um pedacinho de conforto, prazer e descanso – uma Zona de Conforto -para saborear a Vida. Ficamos ali encantados, fascinados, pelos momentos de prazer físico e alívio em nossas relações conosco mesmos e com o mundo...Como num quadro perfeito, não queremos que nada mude, que nada nos atrapalhe ...  

Essas zonas de conforto nos são tão preciosas que tendemos a nos paralisar e deixar ali ficar. Nossa mente se fecha a quaisquer novidades trabalhosas ou mesmo a reconhecer que estamos encalhados. Queremos apenas desfrutar dos momentos prazerosos, que nos aliviam e anestesiam, que nos  levam para as fantasias, que nos livram de enfrentar o novo ou uma realidade mais difícil.

          Essas zonas confortáveis tornam-se, também, rotas de fuga da vida,  quando as usamos em excesso: químicos, trabalho, sono, internet, leituras, filmes... Queremos o conforto de nossos hábitos, das nossas rotinas, do conhecido...

Mas a Vida é dinâmica e nos exige movimento diferenciado, propósito, aprendizado. A vida precisa nos sacudir, empurrar para outras situações, novos desafios, para descobertas, para rever o que nos negamos a ver, para crescermos... As crises nos trazem dor e nos exigem mudanças no pensar, no sentir e no agir...

         As zonas de conforto precisam ser temporárias, para o refazimento natural        de nossas forças e reavaliação de nosso caminhar. São como um oásis em meio ao deserto, que é saboreado e valorizado, mas é temporário, é só uma passagem. Elas não devem nos paralisar ou atrasar nossa caminhada! Cuidado com elas! Podem se mostrar traiçoeiras e perigosas. .Atenção!!!

APEGO

  ...Nos apegamos às coisas, pessoas, situações, posições... Nos apegamos por vínculos de sangue e pela convivência à tudo que nos marcou afetivamente de alguma forma ou que deu ou dá prazer e significado às nossas vidas. Sem em sentir, vamos nos apegando e nos deixando prender..

Nosso mundo fica pequeno, quando restrito aos nossos apegos: objetos, plantas, animais de estimação, nossa casa, nossas lembranças(boas e até ruins), nossas crenças, nosso orgulho, nossa vaidade, beleza, mocidade, nosso poder, sucesso ... e as pessoas, que se tornaram, também, objetos de nosso apego.

Num mundo em constante mudança, torna-se uma agonia tentar manter tudo estático com nossos apegos. Temos um medo imenso de perder e ficamos fechados à novas pessoas, ideias, situações...

Sob esse olhar, nos relacionamos com tudo que nos é caro como objetos de posse e tornamo-nos possessivos, fechados e fechando qualquer possibilidade de crescimento e gostosura nas relações. O medo de perder nos faz inseguros, desconfiados, ciumentos, controladores... Os objetos de nosso apego, aprisionados, impedidos em suas vidas e reações normais, vão transformando amor e alegria em raiva, desamor, necessidade de fugir...

O apego nos enrijece afetivamente e mentalmente. Ficamos presos ao passado, a um presente quadrado e repetitivo, sem quaisquer movimentos. O apego funciona como grilhões que nos atrapalham (a todos) o caminhar e a descoberta de novas possibilidades.

É um grande desafio buscar irmos nos desapegando de tudo que, na verdade impede o Amor. O Amor que tudo Renova, Respeita, traz Alegria e Liberdade!   Não brigue nem se desespere com a sabedoria da Natureza e do Tempo! São os nossos melhores aliados na tarefa de ir desmanchando nossos apegos!... o envelhecimento e morte dos que amamos, os filhos que crescem e vão embora, os sucessos que passam e o esquecimento que fica, a mocidade que passa e nos leva a força e o poder sobre o que é, afinal, passageiro... Dói tanto, mas liberta e cada vez mais poderemos Amar sem medo!

A PÁTRIA

 

           A Pátria é o chão onde um Poder Maior nos  plantou. Ali nos enraizamos, ali nos nutrimos e fomos cuidados para sempre... A Pátria é o colo que nos acolhe e acalenta, vindos de onde viermos...

No chão da Pátria, enterramos nossos antepassados e até aqueles que mais cedo se foram. Com lágrimas de dor e saudade fomos regando e sacralizando esse chão.

A Pátria são as crenças de nossa gente, os “causos”, histórias e lendas (tristes ou alegres), que povoaram nossa imaginação e que transmitimos às novas gerações. E nós temos orgulho e carinho por elas...

A Pátria está nas danças e músicas, criativas e coloridas, de cada cantinho da gente. Está nas cantigas doces que nos embalaram no seio de nossas mães e avós...

A Pátria está nos sonhos românticos, nos feitos heroicos daqueles que honraram nossa história e norteiam nossas esperanças... Mantê-los em nossa mente e corações é manter nosso orgulho e esperança de dias melhores.

Nossa Pátria é a mãe gentil que acolhe todos com amor, muitos vindos dos lugares mais distantes e diferentes, sedentos de paz a acolhimento...

O amor a essa Pátria acolhedora e amorosa fica para sempre impresso em nossa corações, mesmo quando estamos vivendo distantes...

Pátria alegre, bem humorada, solar, terra da “eterna primavera”, suave e generosa, família maior, que perdoa e espera pelo melhor de todos nós. Pátria nos evoca memórias, família, colo, raiz, frutos, infância, força da mocidade, amores, sonhos, voltas...  Essa  Pátria nos ensinou a Esperança e amar a Liberdade!

UM BAILE DE MÁSCARAS

 

Chegamos ao baile da Vida inocentes e espontâneos, sem  máscaras, livres em nossas emoções e reações. Mas, cada vez mais cedo, fomos sendo “educados” e preparados para as danças e contradanças de nosso mundo cruel e julgador. Aprendemos que o mundo é um lugar perigoso, com disputas constantes por amor e valorização. Nessas lutas, precisamos usar máscaras para nos esconder, camuflar, despistar e fingir o que não somos! Ao longo do tempo vamos aperfeiçoando nossas técnicas de utilizar as máscaras, várias máscaras, muitas e diferentes máscaras, conforme o meio social e as situações. Sem sentir, vamos nos tornando como animais que, pelo mimetismo, adquirem diferentes cores e aspectos!

Nesse processo, disfarçados, perdemos, em grande parte, o contacto com nossas verdadeiras emoções, conosco mesmos. Com todos sob disfarces, nos relacionamos de modo superficial uns com os outros, mesmo com aqueles que mais amamos. Dentro de nossos papéis ( c/amores, filhos, familiares, etc) ficamos restritos às máscaras adequadas, querendo demonstrar o melhor de nós em busca de aprovação, de amor e valorização. Mesmo com muito amor, as máscaras empobrecem as verdadeiras emoções, manipulam, criam, assustam, distorcem...

Como pais, usamos máscaras para mostrar de quem sabe e manda, conforme nossas crenças familiares, sem revelar ou escutar o que os filhos sentem. Sob nossas máscaras pouco ouvimos ou demonstramos sentimentos, apenas recitamos nossos papéis. Como amantes, afivelamos nossas máscaras, mostrando ao outro, muitas vezes, o que não somos ou só o que acreditamos ser o desejo dele e apenas recebemos o que ele demonstra ser ou desejar de nós E assim em muitas outras relações... Vivemos num mundo de faz de conta e tanto sofremos com as desilusões, com o vazio nas relações, com o medo de descobrir e viver as Verdades.

O maior perigo de tanto disfarce e tanta fantasia é perdermos cada vez mais o contacto conosco mesmos, com a realidade; é acreditarmos numa auto imagem distorcida (para mais ou para menos). 

Como tudo o que nos defende também nos aprisiona, só as grandes dores são capazes de estilhaçar essas máscaras e nos fazer buscar quem realmente somos sob esses disfarces. Só com coragem para nos ver, amar e valorizar poderemos ir descobrindo quem somos sob tantos e variados aspectos e poderemos, então, dançar cada vez mais livres e espontâneos nesse incrível baile da vida!

          A VERDADE NOS LIBERTARÁ .

PODER E PROPÓSITO...

 

Um bom propósito é ser/estar cada vez mais leve, sereno, útil e verdadeiro a mim mesmo e aos outros, num processo de evolução sempre para o  melhor, para a felicidade... Acredito que um  Poder Maior,  amoroso e sábio, nos criou para isso e nos acompanha nessa jornada, orientando e fortalecendo.

Mas, como uma sua criatura, ainda frágil, tola, confusa (mas prepotente e vaidosa), quero ter poder para dominar, direcionar, modificar os outros, principalmente os que amo. Sofro, faço sofrer, luto, domino, perco o amor, a serenidade, minto, manipulo, falseio a verdade, aprisiono fisicamente para controlar, mas não consigo... A Liberdade interior de cada Ser é um dom divino e nosso pequeno poder nada consegue! É uma impossibilidade! E toda essa luta é incoerente com o meu Bom Propósito de ser feliz e evoluir!

Ainda, minha soberba tola, meu apego a um mundo tão transitório e material, me leva, muitas vezes, num arremedo de poder, a  me entregar a excessos de todo tipo e a agredir a natureza à minha volta; me leva tantas vezes  a usar, humilhar e dominar pessoas e animais, sem estar atento às consequências, que me trarão dores e isolamento, sendo portanto, incoerentes também com meu Bom Propósito! Aqui, nesse mundo tão material e fugaz, preciso sempre lembrar que “Tudo posso, mas nem tudo me convém!”

Porém, como centelhas de um Poder Maior, a nós foi dado o Poder Especial de cuidar de nós mesmos: buscando nossa auto cura, quando adoecidos por negligenciar ou abusar da saúde; buscando nosso equilíbrio mental e emocional, ressignificando crenças absurdas e, com coragem , modificando atitudes negativas ; buscando nosso evoluir espiritual, tentando a cada momento, a cada dia, experimentar e vivenciar os valores espirituais do amor: aceitação, serviço, generosidade, ternura, justiça, paciência... Tudo isso, é importante para uma caminhada e muito coerente com meu Bom Propósito de ser/estar sereno, livre e feliz!

Para refletir:  Como estou evoluindo? Como lido com o Poder Maior e com o meu próprio poder em minha busca para o Bom Propósito?

FAMÍLIA

 

Somos centelhas da mesma Luz e para desenvolvermos nossas sagradas possibilidades e talentos precisamos interagir uns com outros, num eterno aprendizado. Um Poder Maior, Mais Sábio e Amoroso, nos proporciona essa experiência, entregando-nos a uma Família, que funcionará como um ninho e escola.

E alguns poucos ninhos, muitos estão confusos, mal estruturados, não aceitam a tarefa e jogam-nos para fora! Somos então acolhidos por outros ninhos, mesmos os “de rua” e o aprendizado continua. .

As Famílias são em geral muito amorosas, embora esses ninhos sejam palco de constantes disputas pelo amor dos pais, irmãos, avós... Ali aprendemos a conviver com comparações, injustiças, diferenças , preferências... Ali, também, aprendemos a ser valorizados, ou não!

Com a Família aprendemos as crenças que nortearão nossos conceitos e preconceitos  sobre raças, religiões, sexualidade, propósitos..  e sobre os valores do mundo e os valores espirituais.  Muitas vezes, ali vivenciamos as confusões que se revelam pela orientação divergente que recebemos de pai e mãe com origem em ninhos diferentes!

A Família é a perfeita escola em que a Perfeição de Deus nos matriculou. A pedagogia divina nos trouxe a oportunidade e o desafio de vivermos tão próximos com pessoas de temperamento tão diferentes: alguns generosos, outros muito difíceis, raivosos, inseguros, intrigantes, rixentos...

Em Família, nessa aventura desafiadora, tendo como trilha sonora sussurros, gritos, lágrimas, risos... tendo laços de sangue e vínculos de companheirismo a nos unir, vamos experimentando a dor das perdas, a lidar com as saudades... Vamos aprendendo a  tolerância, a compaixão, o perdão, a paciência... A força da lealdade e do Amor!..

DA HUMILHAÇÃO À HUMILDADE

 

Para sobreviver num mundo de tanta competição (na família, escola, igrejas, trabalhos, ideologias...), para não sermos os perdedores, criamos defesas, máscaras, e nos escondemos atrás delas acreditando, muitas vezes, que somos tudo aquilo que mostramos ao mundo. Desenvolvemos assim um orgulho e uma vaidade, entranhados em nossa personalidade, num auto engano, difícil de descobrirmos em nós e, muito mais, de nos modificarmos.

Mesmo disfarçando, mesmo sem perceber, acreditamos que sabemos mais, merecemos mais, somos melhores , nossas relações amorosas são mais verdadeiras... Somos vaidosos dessa imagem distorcida e a defendemos de ataques do mundo.

Mas a Vida nos traz desafios que não se enquadram nessas idealizações orgulhosas e vaidosas. Somos confrontados com os outros e suas  próprias máscaras, com nossa impotência e fragilidade ante algumas questões e perdas da Vida. Tentamos manter a imagem distorcida de ego, com negações e mentiras, porque nos sentimos Humilhados, descobertos, com muita Vergonha por termos os  segredos sob nossas máscaras revelados a nós mesmos e ao mundo.  É quando ilusões de sucesso, poder, quando crenças exaltadas exigindo perfeição são sacudidas e quebradas.!

Mesmo de modo escondido, despencamos do Orgulho e Vaidade para a Humilhação e Vergonha! É muita Dor! Mas só a força desse choque de realidade pode ir rompendo e demolindo as defesas e a arrogância de nosso ego. É um período de luto muito doloroso!

É aí que se inicia o processo, lento como todo processo, da descoberta e aceitação da realidade, com Humildade! “Não sou que acreditava que era, mas existo, preciso de amor e valor! Quem sou Eu, afinal? “ Um grupo de pessoas, num momento semelhante, com um mesmo propósito de auto descoberta, poderá ajudar nessa travessia da busca de auto valorização e na construção de um amor real e eterno, de uma auto estima sadia.

Precisamos ser Humildes, Simples e Verdadeiros para aprender, para ouvir, compartilhar, refletir, descobrir... para ir nos libertando das amarras das máscaras do orgulho e da vaidade. Precisamos ser Humildes para entender e aceitar nosso próprio tamanho a cada dia, com humanidade, sem medo, com  Verdade!

A BOA VONTADE

 

        Temos desejos e sonhos que nos trazem Alegria, Paz, Prazer... Para sairmos do devaneio  mental, precisamos da Vontade que nos leve à ação, e ao que desejamos. – Alegria, prazer... Esses são alimentos para além do ego!

         Para isso acreditamos que precisávamos de  foco, persistência, organização, de força de vontade...Parecia tudo uma luta, uma ação repetitiva... Continuávamos, já com Má vontade, buscando apenas ganhos fora, interesses e objetivos materiais, imediatistas, que nos envaidecem, mas nos cansam, nos travam e aborrecem.  Assim, vista apenas como obrigatória, a ação é incoerente com o que buscamos – Alegria, Paz, Prazer!

Precisamos de um outro tipo de sentimento para orientar nossa ação – a Boa Vontade- porque essa ação nos traz um Ganho interior. Com coerência, ela nos leva para além do ego; ela é orientada para o Bem, para a gostosura de Ajudar (a si mesmo e aos outros), para movimentar uma Boa Ação.

A Boa Vontade nos leva à Alegria de ser solidário, de ser compassivo, de cooperar, de querer fazer a minha parte, de pertencer ao processo. A Boa Vontade não quer comandar, comparar, nem cobrar daqueles que ainda não descobriram a Alegria de Servir e participar!  Com Boa Vontade, nosso ganho é a Alegria (não necessariamente a gratidão) do Outro ao receber ajuda.

Agindo com má vontade ou sem muita vontade a vida pesa e cansa, fica sem colorido. Com Boa Vontade, curtimos e nos sentimos fazendo parte de um Bom Propósito.

Bem Aventurados os que conhecem a alegria de agirem com Boa Vontade!

Não Compare

 

        Não compare pessoas, animais, plantas, ocasiões, momentos, tempos... Não compare o que envolve seres vivos, o que envolve Vida!  Tudo e todos são absolutamente únicos e cumpriram, e cumprem, uma função que nossa pequena compreensão ainda não consegue entender completamente...

         Cada momento que vivemos envolve a complexidade de cada um de nós e do contexto onde ocorre, por isso que não podemos comparar, e muito menos julgar, o que não conseguimos abarcar em sua totalidade,..

         Somos fruto do passado e nessa dança no presente aprendemos a lutar, sorrir, chorar, a tolerar, ganhar, perder, deixar ir, a aprender, a ressignificar...o quanto cada um consegue.

Cada um de nós tem uma história, defeitos de caráter, uma maior ou menor resistência à vida,.. Cada um pode estar atravessando desafios muito dolorosos disfarçados por nossas máscaras sociais. Cada um tem sentimentos desenvolvidos (dos melhores aos piores); uns com um pendor para o mal ainda tão latente, outros com sua luz já tão transparente...   Por isso não compare!

Somos todos caminhantes nessa jornada sagrada! Cada um de nós está num estágio e somos tão diferentes! Todos precisamos de amor, compreensão, incentivos, mas também de limites firmes, dados por Deus e pela sociedade para nosso aprendizado.

         Portanto, não compare!  Apenas cuide e esteja atento à sua própria caminhada...

AS FÉRIAS

 

          Tanto esperamos pelas férias! Elas nos remetem à ideia de alegria, liberdade... Têm o sabor da fuga da obrigatoriedade, do repetido, do conhecido, do “conforto” que nos aprisiona na rotina.

Nas férias buscamos passeios, viagens... 

Outros lugares, pessoas, experiências...Gastamos além do que podemos pela excitação do novo, mesmo com sustos, com possíveis imprevistos, com pequenas saudades dos que ficaram...

Férias também proporcionam visitas muitas vezes adiadas, com encontros e reencontros. Famílias e amigos distanciados no dia a dia, agora curtem juntos passeios e brincadeiras. Primos se conhecem e reconhecem melhor... brincam e brigam com o gosto da infância.

Existem férias passadas em casa, com pais trabalhando, crianças presas, prisioneiras de jogos eletrônicos, adultos estressados, ansiando pelo fim desse ressesso escolar, embora seja a chance de se ouvirem e brincarem....

Um dia as férias se acabam! É tempo de despedidas... Estão todos mais desgastados, física e emocionalmente! Já estão todos com saudades até da escola, do trabalho, das rotinas...

Mas as férias cumpriram sua função. Sacudiram a todos, de forma prazerosa, ou não! Puderam fazer conhecer pessoas diferentes, em lugares distantes, ou até em vizinhos do play; deram oportunidade de fazer ou estreitar laços mais distantes...  Tudo com mais vagar, sem a pressa dos horários e tarefas!

Fica a reflexão a cada um: Conseguimos relaxar e gozar a liberdade tão ansiada? Conseguimos curtir as oportunidades e os imprevistos ou fizemos tantos projetos que nos angustiamos para cumpri-los?

Com todos os atropelos, curtições e frustrações, sabemos que valeu!!!

A IGUALDADE QUE NOS APROXIMA

 

Nascemos “iguais” mas somos criados num mundo de hierarquias, conceitos, paixões e preconceitos, privilegiando as diferenças físicas, raciais, religiosas, culturais... Qualquer igualdade nos aproximaria. mas quando elas nascem de diferenças racionais, são mais supérfluas, podem facilmente quebrar e nos afastar... 

No entanto, quando as dores  maiores nos atingem, nos vemos muitas vezes isolados, numa terrível solidão. Buscamos com agonia quem  “entenda” nosso momento, nossa dificuldade, mas encontramos orientações, censura, até amor com  piedade, dos que racionalmente se sentiam fora daquele desafio.

Nesses momentos precisamos de Igualdade . Fomos descobrindo que, acima dessas diferenças criadas pelo nossa mente racional, existe uma dimensão que nos iguala _ dimensão dos Sentimentos.         Sobrepondo-se a todos as divisões,  é ali  onde a dor nos iguala,: a dor das traições, a dor/medo de se sentir preso, sem saída, a dor da vergonha, da raiva,...  Ao compartilhar e descobrir a igualdade nos sentimentos. sentimos que não estamos mais sós! Somos diferentes, tempos histórias diferentes, mas somos iguais em nossa Origem Sagrada e em nossos sentimentos.  

         Assim, nos sentindo próximos, podemos confiar e compartilhar... Essa igualdade nos traz um sentido de pertencimento à nossa espécie. Juntos, em grupos, nos sentimos acolhidos e conseguimos nos revelar,  ouvir, refletir, descobrir.. aprendendo a entender e aceitar nossa dolorosa  humanidade, ainda tão complexa, controversa.

 

TEMPO DE DESPERTAR

 

Nosso “sono” é tão longo quanto a vida em nós.

Fomos “acordando” por instinto, no mundo material, criaturas básicas em busca de sobrevivência da espécie, através de lutas por alimento e sexo.

Mais tarde, um Poder Maior decidiu que era tempo de ir acordando nossa capacidade de pensar, o que nos levou à capacidade de formar um ego, ainda um instintivo defensor de nós, do nosso espaço, de nossos amores, de nossas posses, de nossos prazeres... Era uma nova etapa, mas ainda muito presa à anterior..

Assim seguimos em nosso eterno caminhar em busca de felicidade. Onde ela estará? Esse primeiro caminhar têm sido , então, de luta, disputa, comparações, ganhos, mentiras, insegurança, revides...tangidos sempre pelo Medo das perdas, dos fracassos, de sermos menos, se sermos dominados, com a atenção no mundo ameaçador, sem sequer sabermos quem somos e o que afinal buscamos!

Quando assim nos sentimos, agoniados, desnutridos em nosso interior, descobrimos que somos mais do que só corpo e mente! Somos seres espirituais com necessidades mais altas, precisamos nutrição espiritual! Então é tempo de despertar para essa nova etapa em nosso caminho!

Buscarmos exerce, nós mesmos, a Justiça, Compaixão,  a Solidariedade, a Verdade, respeitando a Liberdade.,.. num mundo (e em nós) ainda  tão dominado pelo ego, é muito difícil, mas a alegria e felicidade desses ganhos fará valer a pena, porque caminharemos mais leves, nutridos espiritualmente e sem as necessidades tolas e fictícias do ego.

Nessa caminhada, a cada momento, façamos a nossa parte como pudermos. E passamos a entender melhor a fala de Paulo, “Tudo podes, mas nem tudo lhe convém”.. A escolha é  nossa: continuar acomodados nesse pesadelo egóico ou ir despertando...

PERDOANDO A NÓS MESMOS

 

          O  Auto perdão.

A princípio, passamos pela vida, “inocentes”, sem muito pensar, buscando nossas alegrias e prazeres, atropelando muitas vezes os outros.

Mas o tempo não corre em vão e com ele, sobrevêm as perdas, as dores, os fracassos, os revezes da vida! Vamos sendo despertados em nossa sensibilidade, confrontados com nossos atos e vem o arrependimento das dores e prejuízos que causamos. De forma racional, entendemos nossos erros, nossa humanidade ainda tão falha e até as falhas alheias. Procuramos então nos modificar e perdoar...

Mas o perdão a nós mesmos é mais complexo, porque somos invadidos emocionalmente pela consciência da dor que causamos. Nos vemos ainda muito presos ao passado, que não tem volta, que não tem prazo para expirar. Ficamos presos às lembranças do que fizemos, do nosso egoísmo, de nossa irresponsabilidade, de nossas falhas movidas por defeitos como egoísmo, soberba, vaidade, cobiça, luxúria, inveja... Lembranças das dores e prejuízos a longo prazo causadas, principalmente, àqueles que mais amamos  Esse é um fantasma que tem o poder de nos assombrar... Não podemos ficar olhando para trás indefinidamente, porque se ficarmos remoendo o passado, ficaremos presos à dor, num processo doentio e obsessivo de auto punição que nos paralisa e não nos permite caminhar.

Nesses momentos é preciso relembrar que no passado todos fizemos o que pudemos ou soubemos (certo e errado)!  Se for preciso, sentar, chorar, enxugar as lágrimas, nos perdoar com o propósito de mudar e seguir em frente...