Pesquisar este blog

sábado, 25 de dezembro de 2021

SEGUINDO A LUZ

 


A tradição nos conta que antigos sábios foram intuídos a buscar uma estrela que os levaria ao advento de um Enviado de Deus com algo muito importante para a Ser Humano – uma Luz de Amor!  Ele veio nos revelar que o caminho para a plenitude humana se faz através de vivenciar em nós mesmos (como Ele) essa Luz .

O Mundo era, como hoje ainda é em tantos aspectos, primitivo, agressivo, corrupto, injusto, falso, mentiroso, egoísta... mas o doce Senhor da Luz jamais lutou contra  todo esse mal, embora tenha sido sempre Firme em suas convicções, assertivo, verdadeiro...     Nada deixou escrito, mas sua vida foi uma cartilha simples do caminho a seguir! 

O Natal parece chamar a Atenção disto para nós todos! A cada dia, a cada desafio, em casa, na família, no mundo, não lute contra, não seja do contra, não se perca nas lutas contra as trevas, não se contamine de ódio torcendo contra...  Não se preocupe ou desespere porque a Luz afasta qualquer escuridão. Seja honesto e firme, sem rancor, sem raiva, sem desprezo sem soberba, sem vaidade ou arrogância...Apenas verdadeiro, porque a Verdade vos libertará!

É Natal! Tempo de relembrar sua incrível e doce revelação! Busque sempre e valorize o Bem!. Seja generoso e solidário, seja justo, positivo, leve e  simples... Apenas siga o rastro de Sua Luz!


sábado, 18 de dezembro de 2021

O QUE SE TEM PARA HOJE

 


            Idealizamos o que desejamos para nós, para nossas relações, para o Mundo, para a Vida... Mas Idealizações nada têm a ver com a Realidade! Então, quando os fatos se apresentam diferentes dos sonhos, reclamamos, nos magoamos, nos ressentimos, cobramos uns dos outros, da Vida, de Deus. Mas não adianta chorar, espernear, “emburrar”! Com isso, apenas ficamos cegos e perdemos a oportunidade de ver e saborear o que nos está sendo oferecido!

            Nossas relações são como uma banca de trocas. O que o Outro me oferece? Quem ele é? Qual sua história, suas dores, sua força, suas agonias escondidas... E sua generosidade, suas qualidades, muitas vezes também escondidas?  O que tem, realmente, para me oferecer?  E eu, com minha história e características, o que tenho a oferecer? O desejo de todos é ser feliz, mas o que, realmente, podemos oferecer uns aos outros?  Não funcionam as reclamações por “propaganda enganosa”, pela perda de ilusões e expectativas ideais, nem pelos enganos e mentiras... Reclamações, lamúrias e cobranças apenas geram agressividade, muita mágoa, desgaste, cansaço, infelicidade....

             Afinal, se quero ser feliz, preciso parar de brigar com as pessoas da minha vida e com as consequências de minhas escolhas. É reconhecer: O que tenho, o que posso, o que o outro tem e pode oferecer! A cada dia, a cada momento, quando me irritar ou exasperar, preciso me perguntar:  Nessa relação, O que se tem para hoje? O que queremos, o que podemos?  É Pegar, com paciência, boa vontade, aceitação, olhando com justiça o Outro, buscando trazer alegria e carinho para minha vida e para minhas relações... ou Largar, abandonar tudo, as possibilidades boas da relação, de crescer nos desafios,  e então continuar a vagar chorosa e perdida atrás de novas ilusões.

              A cada dia, preciso “botar o pé no chão”, na Realidade, nas circunstâncias do momento - amores, dores, sucesso, fracassos, perdas e ganhos... e ver o que a Vida me oferece - Hoje. É como um banquete com pratos de todo tipo, nos dando oportunidades reais de escolher, criar, saborear, aprender, compartilhar, servir... Preciso sacudir fantasias e gritarias e, com coragem e boa vontade, me perguntar: O que se tem para hoje?




sábado, 11 de dezembro de 2021

P O D E R

 


          Poder, Potência, Superpotência, Impotência...

         Somos ínfimas centelhas de um Poder Superior de Puro Amor e, talvez por isso, somos tão fascinados pelo Poder.  Contudo, tão primários ainda somos, que só sabemos percebê-lo e usá-lo, através de nosso ego.

         É um poder materialista! Obcecados, buscamos senti-lo e saboreá-lo no Mundo, através do Sucesso, que nos fascina e traz aplauso; da riqueza e do status, que nos valorizam; da força que subjuga... Buscamos exercê-lo em família, nas igrejas, no trabalho, nas sociedades... Queremos sempre mais poder!  Na luta por empoderamento se massacra os fracos, os simples, os submissos, os injustiçados...    É uma luta constante para demonstrar nossa potência e até nossa “superpotência”, nossos super poderes, que parecem gritar ao mundo “Ei, eu existo”  ou “Sou mais e melhor “Eu mando, você obedece!” “Eu Posso!”

Cuidado ao lidar com o poder através do ego! Ele se justifica nas “crenças”, no abuso, no egoísmo e nos torna soberbos, vaidosos, arrogantes, insolentes, esnobes, prepotentes...mesmo nas nossas relações mais próximas e queridas.  Mas, a Vida num processo que busca nosso equilíbrio, humildade e crescimento, acaba por nos confrontar com nossa Impotência ante situações de perdas irreversíveis, materiais, afetivas, morais...

Nosso ego vai aprendendo então que nosso poder maior é para ser exercido conosco mesmos. Aos Outros, podemos dominar, subjugar seus corpos e seus caminhos, mas não temos o poder de realmente modificar seu pensar seu sentir, suas escolhas. Podemos, pela força, dirigir sua vida, mas não podemos impedir sua morte, suas dores, suas perdas...

Esse confronto com nossa impotência ante o mundo e o Outro, vai abatendo o poder de nosso ego, ainda que com muitas lutas, raivas, “inconformações”, teimosias, dores, humilhações... Vamos aprendendo a nos conectar com um outro Poder, Superior, Espiritual, que nos fortalece, nos consola, nos ampara, tanto nas alegrias quanto nas dolorosas causas, apontando sempre caminhos mais justos e respeitosos para nós mesmos e para nossa vida de relação com o mundo.


sábado, 4 de dezembro de 2021

ATITUDES


    

         As atitudes que tomamos derivam de nossas escolhas, conscientes ou não! As escolhas são feitas sob a pressão de nossas crenças familiares e culturais, que influenciam pensamentos, sentimentos, desejos... e por nossas características individuais: orgulho, vaidade, ira, egoísmo, ousadia, medo... ou generosidade, tolerância, compaixão, senso de justiça...

         Como vivemos em grupos, pertencemos a grupos, familiares ou não, próximos ou distantes, esse pertencimento nos faz influenciar uns aos outros pelo que somos, dizemos ou pelas atitudes que tomamos. Somos movidos por todos esses fatores!   Na maioria das vezes, somos inconscientes disso e preferimos só analisar e julgar as atitudes alheias!

          Acredito ser mais importante, hoje, nesse processo de auto descoberta, pensar nas razões que me levam/levaram a tomar uma determinada atitude. Foi medo, covardia, arrogância, egoísmo, paixão, insensibilidade, inconsciência das possíveis consequências para os outros ,...?

         Uma atitude tomada é como “uma pedrinha jogada num lago”. Parece simples, mas as “marolas” que vão se formando à nossa volta não param de crescer! Agressividade, morte, abandono, separação, rejeição, traição... vão tendo desdobramentos em todos à nossa volta! Também atitudes de amor, carinho, honestidade... podem marcar fortemente pessoas, relações e destinos.

         Não podemos saber realmente quais os desdobramentos, em nossa vida e nas dos outros, das nossas atitudes. São muitos fatores individuais e sociais, mas podemos, ao analisar nosso passado/relações, passar a ter um cuidado maior com nossas escolhas, evitando atitudes intempestivas em momentos de fortes emoções, ou para atender motivos egoístas, ignorando a onda de dor e confusão que trarão aos outros, queridos ou não. As dores que elas causam, principalmente em quem amamos, poder ser racionalizadas e perdoadas, mas jamais esquecidas!

          Temos uma responsabilidade mútua em nossa vida social. Embora só possamos  modificar a nós mesmos e às nossas atitudes, precisamos sim, ter um cuidado amoroso com elas!

sábado, 27 de novembro de 2021

O QUE NOS SEPARA

         Eu não sabia, mas o que nos uniu foram nossas carências, nossas fantasias românticas, nossas necessidades projetadas um no outro e satisfeitas com as qualidades que, um e outro, aparentavam possuir. Seduzíamos e nos deixávamos seduzir no jogo gostoso do “amor”.

Apaixonámo-nos por fantasias, aparências, carências, ilusões... e ficamos zangados, frustrados e ressentidos quando tudo ficou diferente. Tudo e todos estavam mudados! Mas como só temos olhos para o outro, é nele que buscávamos o culpado!

Tão unidos estávamos pelo “amor” que não enxergávamos o óbvio -Éramos diferentes! Viemos de famílias diferentes, com crenças e valores de todo tipo, também diferentes. Tínhamos histórias e ambições diferentes... Precisávamos de espaço (respeito) para sermos o que realmente éramos ou o que queríamos ser como indivíduos, mas nossas crenças românticas nos impunham um amor apegado e sufocante...

Nossa comunicação, filha dessa crença e desse amor egóico, de luta, disputa e submissão, ficou, com o tempo, a serviço da “guerra”: controle, cobranças constantes, críticas maldosas, mentiras, manipulações, silêncios de abandono e punição, traições... A relação tornou se um campo árido, cheio de espinhos, onde todos se defendiam, se atacavam e “davam o troco”, com agressividade ou venenosa sutileza... E tudo isso nos separando...

É muito doloroso! Onde foi que nos perdemos? Como foi? Talvez precisemos mudar o foco de nossa atenção e olhar para o nosso próprio papel nessa agonia. Afinal, só podemos mudar a nós mesmos! Olharmo-nos como duas pessoas diferentes, que talvez ainda queiram se amar!

Preciso começar a enfrentar meus medos antigos, a experimentar a humildade abrindo mão aos poucos de meu orgulho e vaidade, que escondem inseguranças mútuas;  ter um olhar mais imparcial, verdadeiro, amoroso e tolerante... Preciso aprender a me comunicar com verdade, sem jogos e mentiras, dizendo quem sou e onde/como estou, sem cobranças, se quiser estar aberta a um bom encontro!

Quero mudar e não sei se o outro está pronto para isso, se deseja isso! Mas quero fazer a minha parte, porque viver essa relação adoecida entre egos, não mais me completa. Quero aprender a Amar com Generosidade, Parceria, Respeito e Alegria   Afinal, como já disse alguém, nascemos para aprender a Amar! 


sábado, 20 de novembro de 2021

PACIÊNCIA COMIGO

 


         Quando amadureci um pouco, entendi a necessidade de ter Paciência com os outros e com as situações que me desafiavam. Eu pensava na Paciência com o foco externo, no mundo. Eu observava, analisava, o que era certo e necessário para uma convivência sadia e até amorosa, mas, na verdade, descobri que eu teorizava a Paciência, porque não a vivenciava comigo mesma.

         Queria crescer, me libertar de pensamentos, sentimentos e atitudes que descobri não serem bons, certos ou aceitáveis... Entendi que precisava aceitar pessoas e os fatos que eu não podia modificar... E comecei uma luta com meu ego teimoso, porque, se eu já sabia e queria ser diferente, como ainda não conseguia?

         Sem perceber, quando falhava, eu não aceitava o que ainda não conseguia modificar em mim. Sentia vergonha, culpa, humilhação, queria disfarçar e dar desculpas a mim mesma, ao meu orgulho e vaidade de pessoa que buscava ser “melhor”. Mas meu desejo, minha ansiedade, minhas expectativas, se sobrepunham, muitas vezes, às minhas possibilidades do momento.  Ficava irritada, impaciente comigo e a impaciência é não aceitação! Ela traz a raiva, a frustração, desgasta, corrói nossa energia e, logo ela vai atingir todos e tudo à nossa volta.  

         Mais uma vez vou descobrindo que Primeiro Eu! Preciso vivenciar em mim a Paciência para depois conseguir ser efetivamente paciente na vida, com a vida, com os outros.

         Como nos lembra Paulo de Tarso, “O Amor é Paciente e é Bom!” E ele precisa começar em mim. O Amor aceita o momento e o tempo de cada um de nós, e de mim mesma! Ele nos pede compreensão, compaixão, tolerância, generosidade... a cada tropeço que ainda tenho, a cada cilada dos meus instintos, dos meus medos, na minha busca de prazer, de poder... Como é difícil ir resistindo, educando e superando a força de meus instintos e do meu ego!

         A Paciência amorosa, calma, lúcida, perseverante, nos favorece serenidade nas atitudes firmes, nos limites que buscamos para nós mesmos e em nossas relações. Só a Paciência fortalecida pela fé amorosa em Deus nos faz manter viva a Esperança de dias melhores.


sábado, 13 de novembro de 2021

UM MOMENTO DE CADA VEZ

 


Nossos pensamentos nos conduzem... Fomos condicionados a lembrar o que passou e nos preparar para o futuro. Nosso foco estava no antes e no adiante e... sempre acelerando, relegando o Agora, o Momento!

Por isso, nossos momentos foram, cada vez mais corridos, atropelando-se uns aos outros, desapercebidos, fugidos, perdidos em nossa Vida... Passavam, e nem notávamos! Nossa atenção/pensamento já estava sempre adiante...

Quanto mais tarefas, projetos, distrações, ocupações, fomos arranjando ao longo do tempo, mais tempo gastávamos, e a correria aumentava... Éramos empurrados por desejos mundanos, pelo amor à família, pela competição eterna em busca de valorização... As necessidades de nosso ego eram uma realidade nos fazendo correr e correr... Tornamo-nos imediatistas! Esperar um ano, um mês, até um dia, uma hora, era uma agonia...Nossas crianças afirmam: Eu quero, agora! Não sabemos esperar porque fomos adestrados a correr.

Nosso pensamento está sempre, apressado, adiante, no futuro. Quando olhamos para atrás, vemos, assustados,  quanto do que era bom se passou e mal sentimos ou percebemos...Os filhos cresceram, os pais se foram, a juventude correu, os triunfos chegaram e passaram, o “que era bom se acabou” e nós tão pouco saboreamos...

Hoje, cansados, confusos e frustrados, querendo acertar nosso pensar/sentir/caminhar e reorganizar nossa vida, ouvimos que é “um dia de cada vez”...  Entendemos, mas acredito que depois de tanto correr com o mundo e do mundo, preciso aprender a superar os desafios e a saborear o que é bom, o que posso “um momento de cada vez”. Preciso focar em mim, no momento, qualquer momento do dia. Observar, atentar (o que vejo, penso, o que faço), o que sinto (dor ou alegria), meus sentimentos... Preciso sentir meu corpo (relaxado ou tenso), saciado, faminto, deliciado... Focar no mundo à minha volta, naquele instante!    E então, ouvir, me revelar, amar, sentir as pessoas, a natureza ...

 Viver assim, realmente, intensamente, inteiramente...  um momento de cada vez me faz estar Vivo, senhor de mim e do meu tempo. O que preciso? Firmeza, Determinação, Paciência, Paciência, Paciência...


sexta-feira, 5 de novembro de 2021

PRECISO TE AMAR

 


        Amar é uma necessidade! É um sentimento gostoso, delicado, que me nutre a alma, que se expande por meu Ser. Amar me amansa a alma e me lava das raivas, das mágoas, dos desprezos... de tudo que me torna seca, árida, áspera, sem a vibração gostosa que pode tornar minha vida saborosa e valendo a pena.

Mas como é difícil varrer esses outros sentimentos, que foram se enraizando em mim, através do tempo, nos desencontros em nossas relações. Foram traições, decepções, ingratidões, agressões, cobranças, impaciências, indiferença, abandono... Penso em ti e eles estão ali, aflorados, encrustados, me afastando...

Outras vezes tentei voltar a te amar, mas do mesmo jeito idealizado, que você ainda não consegue ser ou retribuir. Queria-te perfeito, atendendo às minhas expectativas (e até às tuas próprias), como amante, companheiro, como pai/mãe, como filho, como amigo...  Esse é o amor que aprendemos, impossível, controlador, apegado às nossas crenças. Um “amor sem limites”, sem respeito, onde as lealdades ficam confusas, as deslealdades se justificam, os ressentimentos se eternizam, impedindo o Amor.

Mas preciso  Amar em minha vida! Entendo agora que só preciso amar diferente, aceitando a possibilidade de cada um. Só preciso “ver” o que você pode dar/ser hoje. Vou tentar tirar os possessivos do meu amar. Vou tentar não entender as ofensas como pessoais. Só preciso aprender a ver suas qualidades, o lado bom de sua “boa estória”, da sua personalidade... Todos temos! Cada um  é apenas  o que consegue ser a cada momento...

É muito bom poder te olhar, quem quer que seja você, varrendo memórias tristes, preconceitos, paixões decaídas, sem possessivos, sem adjetivos...E, ainda que por um instante, poder sentir carinho, compaixão, ternura... porque Amar é bom demais!



sexta-feira, 29 de outubro de 2021

DESLIGANDO...

 


         Desligarmo-nos física, afetiva e mentalmente é muito difícil!

Só quando somos confrontados com nossa total impotência perante os outros e com alguns fatos irreversíveis da vida; só quando a dor intensa dessa realidade nos alcança, só então entendemos que precisamos mudar nossa percepção de nós mesmos, de nossas crenças, do que somos, do que devemos, do que podemos, e resolvemos nos desligar dessas partes de nós mesmos.

As perdas físicas pela morte, velhice ou de outras formas, nos confrontam com uma nova realidade. Lutamos de todo jeito para amenizar essas perdas, mas acabamos por entender que temos que aceitar o que nos parecia inaceitável! Também as perdas afetivas: o fim de casamentos por tantos motivos, as mudanças em relações muito queridas pelas transformações naturais daqueles que amamos, a emancipação e partida dos filhos, a saudade agoniante dos que se foram... Tudo isso nos machuca demais e nos faz lutar desesperadamente até entender que tudo muda, tudo se transforma e, às vezes, até se acaba!

Como sair da prisão, dessa dor que nos paralisa e nos faz agir irracionalmente, querendo fazer voltar o passado ou paralisar o Tempo e a Vida ?   A distância física pode até favorecer o desligamento do que não consigo modificar, mas a proximidade na convivência familiar nos leva a lutar e lutar ainda mais, até deprimir ou  morrer... Como nos desligar dessa agonia que nos leva ao desespero (raiva, medo, tristeza, saudade, mágoa, vergonha...) ante nossa impotência?

Primeiro preciso entender, e modificar, as crenças de que a perfeição existe e de que, por amor, tudo devemos e podemos!  Aceitar que tudo(todos) se modificam, de que nada (bom ou mau) é para sempre. E, então, ir abandonando a auto imagem de herói/heroína, de pais perfeitos com família perfeita, de princesa romântica esperando um príncipe, de escrava submissa, mas controladora... Preciso ir-me desligando das deformações de minha personalidade e das atitudes resultantes dessas crenças e do meu passado: orgulho, vaidade, egoísmo, arrogância, prepotência, vitimação, vingança, mentira, manipulação...    Mas, como ir deixando para atrás o que tanto nos agonia?

Pare de chorar, de lembrar e se lamentar pelo passado que já passou! Desligue-se das lembranças (boas ou humilhantes) e das fantasias que se tornaram impossíveis a cada momento que elas, teimosamente, voltarem... Elas nos acorrentam e nos puxam para atrás!   “Solte-se! e Entregue-se a Deus”, à Sua força amorosa! A  Vida é Agora e eu preciso ocupar-me com ela. Preciso vivê-la, mesmo que a princípio sem vontade, só por sobrevivência, só por amor a mim, só por obediência à realidade... Viver uma nova realidade nos mantem vivos!

Desligamento do impossível é a chave que abre essa prisão. É uma chave velha, enferrujada, difícil de manejar...É preciso Paciência, Persistência, Delicadeza, Firmeza... Aos poucos, vamos entreabrindo essa prisão e podemos nos deslumbrar novamente com a Vida, agora sob a visão de novas crenças, descobrindo novas possibilidades.


sexta-feira, 22 de outubro de 2021

DEFESAS

 


         Estamos sempre nos defendendo! Será que acreditamos que estamos sempre sob ataque? De onde trazemos essa sensação? Será de nossa natureza animal, embora até os vegetais criem espinhos como defesa? Ou será da necessidade de sobreviver de alguma maneira em qualquer reino da natureza? Como seres racionais e “superiores”, criamos um Ego encarregado dessa defesa, atento ao nosso físico, ao mental e ao emocional.

Inventamos defesas de todo tipo, das mais simples às mais sofisticadas:  O fingir-se de “morto”, a imobilidade, a cegueira, a “inocência”, que nos disfarçam e eximem de atitudes e responsabilidades...  O “ataque” gritado, agressivo e mal humorado, que nos fazem parecer maiores e mais poderosos aos outros, disfarçando nosso medo e insegurança... A indiferença forçada, que quer nos preservar da Dor... O silêncio, que nos preserva de desnudar sentimentos, de arriscar opiniões nas relações... A ironia, o sarcasmo, que escondem nossa insatisfação, nossa raiva, nossa inveja, sob o manto de brincadeira, sem  nos expor  ao “troco” dos outros... A fuga, o distanciamento que nos defendem do palco das “lutas” e desafios da vida... A mentira que nos livra de situações, de definições, de assumir realidades dolorosas e das consequências de nossas escolhas... O ser “bonzinho” para ser amado e não sofrer ataques... O ser a eterna vítima, para ser defendido por todos...

E tantas outras...

Nossa defesas, aprendidas no mundo e consolidadas pelo Ego, nos encarceram e isolam de nós mesmos e uns dos outros. Nossa máscaras e os papéis que representamos não nos deixam descobrir e ousar ser quem somos. Vivemos assim num palco tristemente iluminado pela luz artificial das mentiras, por medo, por covardia, para sobreviver!  Somente o impacto de uma Dor maior, a ousadia das paixões que nos arrastam ou a  força invencível do Amor podem nos levar a abrir mão das Defesas e buscar a Verdade de quem somos.

         É um processo...Quais são minhas defesas? Quais as que mais uso? “Vá com Calma, mas vá” com meu olhar curioso, corajoso e destemido, para descobri-las e poder ir aos poucos desmontando-as. Somente a Coragem, a Paciência e, principalmente, a Verdade nos libertarão!  




sexta-feira, 15 de outubro de 2021

MOMENTOS DE ENCONTRO

 


          São momentos sagrados que temos conosco mesmos, com quem ainda somos, debaixo do manto protetor que o ego criou para sobrevivermos.

 Nascemos sem lembranças do antes (A Origem Sagrada), emocional e fisicamente frágeis, dependendo do mundo externo (família) para irmos criando nossa estória psicológica, nosso ego, nossa eterna proteção que, com suas variadas máscaras, torna-se o carcereiro de nossa Alma. As máscaras tentam esconder, de nós e dos Outros, nossas emoções e características mais básicas (soberba, vaidade, raiva, inveja... egoísmo) levando-nos ao auto engano, distorcendo nossa visão, criando alguém que não somos, e tudo justificando em nome da proteção.  Mas, a Vida é um processo contínuo de desafios, “trombadas”, que aos poucos, vão sacudindo e estilhaçando essas defesas, permitindo que vislumbremos algumas de nossas verdades encobertas e distorcidas.

Precisamos então de um “colo”, de uma escuta e compreensão, que o mundo não consegue nos dar.  Precisamos por um momento de poder gritar, sem pudor, num Encontro Maior conosco, de nossos medos; medos concretos, medos abstratos, medo de viver, medo de morrer, de passar, medo de perder nossa utilidade, nosso significado... Nesse encontro desnudamos nossas agonias e confusões, tão dolorosos e que tanto nos sufocam.

         E são também esses os momentos de um encontro maior com Deus, porque, assustados, confusos e vulneráveis, é Seu Amor que nos escuta, acolhe, conforta, sustenta, fortalece e orienta.   São esses momentos que nos aproximam cada vez mais de nossa Origem Sagrada. Eles nos fazem conhecer a Gratidão e descobrir a Humildade.  Fazem conhecer minha unicidade e minha humanidade como criatura única e, como paradoxo, fazem entender e aceitar melhor a humanidade dos outros, fazendo aflorar outros valores do Amor com Solidariedade, Respeito, Compaixão...   São esses momentos especiais de encontro e entrega a Deus, que vão aos poucos nos lapidando e libertando para voos maiores.


sexta-feira, 8 de outubro de 2021

FORTALECENDO A VONTADE

 


Entendemos a felicidade como uma vida prazerosa, com nossos desejos e fantasias satisfeitos, perfeita saúde física/psicológica e nossas relações preservadas, sem perdas... Essa é a nossa Vontade! Temos expectativa que tudo vá “dar certo”, acreditamos em nosso poder pessoal!

         Mas quando a vida não se revela como o esperado, quando sofremos perdas físicas e afetivas, quando nos vemos aprisionados em uma realidade dolorosa, nós nos frustramos, temos medo, reagimos, lutamos, buscamos reverter as situações usando toda a nossa força. Contudo, nem toda a nossa Força de Vontade consegue muitas vezes vencer algumas situações. Inconformados, empregamos, então, mais força à nossa luta. E cansamos, fracassamos, nos culpamos, nos desprezamos, desistimos, perdemos a confiança em tudo e em nós mesmos...

Como fortalecer essa minha Vontade de ser livre e feliz? Antes de tudo, preciso entender que minha vontade não tem o poder de modificar os outros ou os fatos irreversíveis da vida. Mas posso usar minha Vontade para me adaptar a eles, modificando a mim mesmo e me libertando para a felicidade.

“Vá com calma, mas vá” Nossos processos interiores de aceitação e mudança são complexos e exigem Paciência para a educação e treino de uma nova postura mental.  É preciso manter o foco em nossos novos pensamentos. Atenção e vigilância com pensamentos recorrentes de medo, que nos acovardem ou com pensamentos que nos seduzam com prazeres de um passado que sabemos, ou queremos, acabado. É um processo paciente de escolha e renúncia a pensamentos antigos que podem nos ameaçar a Vontade. Precisamos de Paciência, Persistência e Atenção para redirecioná-los.

Não se compare nem se cobre com desamor pelos momentos de cansaço, revolta, vergonha, recaídas,   preguiça, descrença, desesperança...  Não brigue com você ou se menospreze! São esses os velhos modos que precisamos redirecionar!  Aceite seu tempo!  Busque reforços em grupos onde pode compartilhar dificuldades e inseguranças sem o julgamento daqueles que não sabem de sua luta interior. Seja Paciente, mas Firme, em seu propósito, em sua Vontade.  Afinal, estamos aprendendo a descobrir e exercitar a força de nossa Boa Vontade!



terça-feira, 28 de setembro de 2021

LEALDADE

 


         É o sentimento que desenvolvemos a partir das forças maiores em nossa vida: Amor, Gratidão, Admiração,   Paixão.. .Dessas, os que mais nos marcam são o Amor, o Respeito e a Gratidão. As outras, passam ou se transformam...

         A força do Amor se faz maior no convívio com a Família que nos acolhe, com a família que criamos, e com a Pátria (a Grande Família).  São laços de sobrevivência, laços de sangue, de convívio (amoroso ou não), das “verdades” ensinadas, da cultura assimilada, laços de responsabilidade mútua. São laços que nos afirmam que pertencemos a esses grupos, que eles nos identificam. Perto ou longe, carregamos essa marca como um carimbo, que jamais se esvanece, mesmo que o quiséssemos.  Com eles, a nossa Lealdade, eterna e maior!  

         A primeira Escola e a Religião também criam vínculos de lealdade muito fortes, porque elas são como a continuação da Família.  A elas nos prendemos pela gratidão, pelo amor, pela força da infância em nós...    Por onde passamos através do tempo –  outras Escolas, Igrejas, Trabalhos, Paixões, Ideologias, Amizades... vamos criando outros vínculos afetivos pelo convívio, pelo compartilhar das “verdades”, pelas paixões, pela camaradagem. pela admiração e identificação de ideias ou na paixão por objetivos semelhantes, como na formação de uma nova Família pelo casamento... O pertencimento a esses grupos também nos faz desenvolver um sentimento de Lealdade.

         Mas como somos seres mutantes, em constante mudança, a tendência desses novos vínculos é irem afrouxando-se  ou modificando-se, principalmente aqueles que tenham sido criados a partir das paixões (Instintivas\irracionais),  das necessidades materiais, ou das crenças e ideologias. É natural que nossas prioridades se modifiquem com o tempo em decorrência de nossas experiências pessoais, de nossas novas motivações, da força de nossos outros desejos, de nossos novos projetos e das nossas novas crenças ...

         Mudamos!  Hoje entendemos que a nossa primeira lealdade é conosco mesmos, com as nossas verdades!  A partir daí ser Leal é sermos gratos e responsáveis por quem primeiro nos cuidou, pelos que nós criamos, pela Pátria que está em nós.. Aos outros, devemos a nossa Honestidade, porque deslealdade é trair, enganar, abandonar...

         Lealdade está atrelada ao Amor, Gratidão, a Responsabilidade e à Verdade, mas não é um aprisionamento ao passado, a juramentos, ou a ideias, projetos e emoções já passadas. Ela não nos obriga a concordar com atitudes que discordamos, mesmo de quem mais amamos, mas ela nos leva a sempre defender suas qualidades, mesmo entre seus inimigos.        A Lealdade  nos leva a permanecer unidos na alegria e na tristeza, com afeto e gratidão pelo que vivemos e trocamos juntos, mas ainda assim, livres em nosso caminhar.




terça-feira, 21 de setembro de 2021

O DESPERTAR

 


        Todas as pessoas, famílias e culturas procuram passar para a infância seus melhores valores, Parecem intuir e respeitar a pureza da infância e lhes passam o que acreditam, ou que lhes passaram, de melhor e mais verdadeiro sobre o Deus /Amor que nos criou, sobre como devem ser ou se relacionar. Aprendemos sobre a Verdade, a Justiça, o Amor (Ajuda, Compaixão, Perdão), a Coragem, o Patriotismo (amor aos valores de seu povo e de seus antepassados), o Respeito às Regras do conviver, a  Responsabilidade...  São valores sagrados, que nossa Origem Sagrada, intuitivamente, nos faz reverenciar.

 Mas o passar do tempo, a adolescência, a força e o “saber” da idade adulta, a sedução das novidades materiais, a sedução do poder, do “sucesso”... tudo isso vai aos poucos nos fazendo esquecer ou adormecer esses valores. Sobrevivemos num mundo do ego, da força, da competição, das aparências... Num mundo dos espertos, onde “tudo pode”, “é assim mesmo!”, mundo dos exageros, num mundo onde a permissividade toma o lugar da “liberdade”, sem responsabilidade... Parecia tudo tão bom! Mas instalou-se o caos, a confusão, a luta, o abuso, a Dor! Procuramos anestesiá-la nos envolvendo cada vez mais em disputas, mais químicos, mais distrações e diversões...

Nossa Dor de seres espirituais, nessa orfandade dos valores sagrados, que foram sufocados e amortecidos, só poderá ser abrandada pelo despertar, em cada um de nós, de nossos valores adormecidos. Hoje vemos e vivenciamos essa luta sagrada em nós e cada vez mais ela se espalha nas famílias, nas nações, na humanidade!  Valores “caretas”, antigos, fora de moda e dos modismos, vão ressurgindo e nos empolgando... O amor à Pátria, a Lealdade, a apreciação da Beleza e Simplicidade da natureza, a Compaixão, a Solidariedade, o Respeito à Liberdade, a Fé/Certeza no Amor de um Poder Maior, que cuida de todos nós, qualquer que seja o nome com que o invoquemos...

E assim, em meio a esse caos que vivemos, estamos vendo ressurgir a beleza e força desses valores sagrados. É um Despertar Espiritual, que aos poucos, nos levará a todos para um novo e maravilhoso patamar. Somos seres privilegiados porque participamos desse momento confuso, doloroso, mas tão especial da História do Homem!


terça-feira, 14 de setembro de 2021

GUERRA E PAZ II

 


         Desde que existimos como espécie, usamos a guerra para garantir nosso espaço, nossas razões, tudo que entendemos ser necessário à nossa “felicidade”. Queremos a paz, a justiça, a verdade... mas só sabemos buscar, disputar, esses valores através da guerra! Não aprendemos ainda a ser pacíficos e firmes em nossas relações, mantendo nossos valores e respeitando os outros.

          Em nossa História, ora fomos uma elite pequena que dominava, ora fomos dominados e explorados. Aos poucos, contra os abusos sempre crescentes, fomos nos conscientizando da injustiça desse viver e buscamos a guerra contra o mal para nos libertar. Era o que sabíamos! Isso era o que aprendemos em nossas relações na família, no país ou com outros povos.

          Crescer e ficar forte para finalmente contra atacar, “dar o troco”, mostrar nossa força, dar vazão à nossa revolta, ensinar ao “inimigo” a ser justo, honesto, bom... Essa é a expectativa dos oprimidos e injustiçados! Guerra para subjugá-los e para, então, ficarmos todos em paz! Infelizmente, não funciona assim! A Paz jamais advém da guerra! O que existe é uma “paz temporária” imposta pela força aos derrotados, que buscarão sempre revanche e mais lutas... 

            A Paz é um processo longo, que começa em cada um de nós, um processo de Boa Vontade e Humildade em nossas relações. É um processo, contudo, que nos exige, Atenção, Aceitação, Criatividade, Honestidade Paciência, Firmeza...  Os Mestres que nos antecederam nos ensinaram essas atitudes “controversas” e, embora a princípio fossem contestadas e mal entendidas, elas perduraram e foram aos poucos nos modificando.  Impérios de força foram caindo ante a firmeza de líderes da Paz, preconceitos milenares, de raça, religião, status e extratos sociais, ainda tão enraizados, vão sendo enfraquecidos pela ação generosa e pacificadora de seus líderes com atitudes de Boa Vontade.

            A Paz será um processo tão longo quanto a resistência que oferecermos à mudança, tão longo quanto a necessidade de permanecermos no jogo da guerra com desconfianças, revides e vinganças; tão longo quanto ainda estivermos dominados pelas razões do ego materialista, ressentido e  apressado em ter a última palavra..

           Ao longo da História, vimos a violência com que foram “caçados” e mal entendidos todos os que buscaram o caminho da Paz em família ou para seus povos. Muitos até foram sacrificados, mas o caminho que ensinaram perdura e nos têm orientado na busca de uma Nova Era de Paz e Amor para todos.



quarta-feira, 8 de setembro de 2021

A VAIDADE QUE NOS CEGA

 


Trazemos caraterísticas e tendências, boas e más, quando nascemos. E crescemos ouvindo sempre e absorvendo “verdades” que se tornaram crenças. Eram constantes elogios à beleza maior, à nossa raça, nossa cultura, religião, nome de família, ideologias... Isso alimentou o orgulho, a vaidade e a satisfação de nos acharmos os melhores, mais “certos”, mais orientados, mais estudados, mais generosos, mais “legais”, mais merecedores e superiores, enfim! Tudo isso encontrando um eco maior ou menor em nós, conforme nossas tendências naturais.

         Essa “certeza” nos fechou, bloqueou, cegou, a qualquer outro saber ou sentir que não o nosso! Ficamos prisioneiros de nós mesmos, de tudo a mais que acreditamos que somos e podemos. Tornamo-nos um vaso lacrado e isolado do resto desse mundo “pobre e burro”, que nós menosprezamos (mesmo quando os amamos) e que acreditamos ter a obrigação de orientar e conduzir.

 Acreditamos ser “ o orientador” em nosso pedaço e, se preciso for, vamos entrar e lutar pelo “nosso grupo”; grupo dos que nos seguem, dos que nos aceitarem e nos seguirem nas orientações ou no comando. Não podemos aceitar qualquer liderança diferente da nossa! Não aceitamos a ideia de liderar abrindo espaço para ideias novas e liberdade para segui-las, ou não. Quem não reconhece ou aceita nossa superior orientação não está do nosso lado, escolheu o outro lado!

Soberbo e vaidoso, tenho meu próprio mundo interior estreito, sem muitas opções, porque não me permito ver, olhar, ouvir... Nego, julgo e condeno coisas e pessoas novas, diferentes.... Invalido todos que não concordaram comigo, rejeito todos que pensaram diferente do meu saber... Desconfio, desprezo e me contraponho a qualquer outra liderança que se apresente pela Verdade e pela Liberdade de escolha...   Torno-me facilmente manipulável na medida que inflam minha vaidade ou que se submetem a mim.  Posso ser bom, amoroso, gentil e generoso, aos que forem leais a mim, mas me afasto e desprezo os “dissidentes”. Quando resolvo lutar, teimosamente me lanço à luta, à resistência, para fazer valer o que “sei” que é o melhor para os outros.

          Mas meu mundo interior é confuso. Minha natureza amorosa e sagrada grita por igualdade, parceria, liberdade, contudo minha mente distorcida pelo orgulho e vaidade é hegemônica e não admite parcerias com igualdade....  Quando todos os seguidores ou as pessoas que mais amo se cansarem do papel igualmente lacrado de submissão, quando começarem a entender e querer a liberdade de serem e pensarem diferente, eu me sentirei sozinho, porque não consigo aceitar sermos iguais em nossas diferenças.        

           A vaidade é minha cegueira e prisão!




terça-feira, 31 de agosto de 2021

MANTENHA O FOCO


        Todos temos uma visão, um desejo maior, que nos norteia – é o nosso Ideal!  E existimos numa realidade pratica onde vivemos cada momento como podemos  e conseguimos – é o Real! Não podemos, ou não devemos, perder de vista nosso Ideal ao caminharmos pela nossa realidade de todo dia...

        A vida em comum com outros pessoas que têm desejos, fantasias e ideais diferentes dos nossos nos exige estarmos atentos ao nosso próprio Ideal, sem o perdermos em nossas interações com o mundo. Esse é o nosso grande desafio – SER E ESTAR!   O que busco para mim? Qual a minha visão de um mundo amoroso e perfeito? Que valores me norteiam? Como mantê-los num mundo absolutamente materialista?

         Novas ideias, ideologias, razões práticas, desejos materiais, a atração pelas satisfações do ego, o eterno medo de perdas... nos confundem e envolvem, levando-nos a perder de vista a base de nossos ideais. Nesse caos em que vivemos, de materialismo e competição, precisamos a todo instante parar e refletir: o que quero, mesmo, para mim? Minhas atitudes, minhas reações, estão coerentes com meu Ideal? Como manter o foco num Ideal de Justiça, Ordem, Beleza, Compaixão, Solidariedade. Respeito, Responsabilidade, Verdade e Liberdade... se vivemos num mundo egóico que contesta todos esses valores?

          Acredito que só mantendo a atenção e cuidado comigo mesmo, sendo honesto na constante análise de minhas motivações, emoções e atitudes; aprendendo a me dar um tempo para agir coerente com minhas convicções, e não apenas a reagir.  Preciso estar firme no que busco, sem me deixar arrastar por atitudes de luta, de vitimação, revide, revanchismo...porque são incoerentes com meu Ideal. Preciso me manter firme, acreditando na Justiça, sem me tornar um justiceiro, sem alimentar em mim o ódio, a “raiva justa” dos enganados, ameaçados, traídos, sucateados, submetidos.... Preciso conversar com o meu ego ressentido, educando-o, e apaziguando-o em suas justas reivindicações, sempre revendo, contudo, a minha responsabilidade e omissões no caos de minha vida; Preciso de Humildade e Flexibilidade para rever atitudes e posições que firam meus princípios e meu Ideal...Preciso aprender a Perdoar, sem ceder meus valores; Aprender a ter Firmeza e Transparência ao colocar minhas opiniões, atitudes e decisões nos  meus limites com o mundo.

            É isso! Manter o foco no Ideal ao caminhar no Real! E ir, todo o tempo, corrigindo o meu rumo!



terça-feira, 24 de agosto de 2021

PULSAÇÔES E OSCILAÇOES

 


       Somos criaturas pertencentes a um Universo Vivo, de energia viva, pulsante... Esse movimento, essa pulsação, é que demonstra a Vida, em nós e em todo o Universo.   Assim caminhamos:  vivos, pulsantes e em constante oscilação. Hoje tranquilos, amanhã ansiosos, sempre flexíveis, numa caminhada confusa, às vezes muito dolorosa, equivocada, assustada... mas atendendo a uma vocação incoercível para a Luz!

         Somos, à principio, tangidos por nossos instintos primários (fome, sexo, dominação), que nos levam a lutar e disputar. Aos poucos, mais racionais, vemos nossos instintos serem “educados” e direcionados por crenças culturais, religiosas e familiares, que muitas vezes nos sufocam, não levando em conta nossas inclinações, desejos e talentos naturais e ignorando, ou até exacerbando, nossos defeitos de caráter.

         Com nossa mente racional detonando e retroalimentando nossas emoções pulsantes, desenvolvemos um Ego poderoso, medroso, e por isso mesmo brigão, sempre em busca de fazer sobrepujar seu poder, suas “verdades”, sua fome de ter prazer e procurando sempre modos de fugir da dor! Nesse mundo dominado pelas oscilações de nosso Ego em suas lutas e pela falta de compaixão nas disputas, somos ainda mais atingidos pelas dores, pelo medo, pela solidão... e por mais que busquemos fora outros modos de nos aditivar e anestesiar artificialmente, somos sufocados pela dor ou pelo vazio!

         Nesse momento, nossa pulsação original está lenta, como seres em agonia! Precisamos de algo mais( ou além), do instintivo e do racional! Precisamos acessar nossa dimensão espiritual para nos reabastecer nessa caminhada em busca da Luz Maior, Como “Ets” moribundos, precisamos do Amor em suas várias formas, que nos acenda e fortaleça a Pulsação Divina e nos conduza à “casa do pai” onde encontraremos a serenidade e a felicidade.

         Esse caminhar, mesmo quando já compreendemos o processo, é cheio de altos e baixos, com nossas muitas oscilações tão humanas. Mas estamos vivos, somos pulsantes originais de Deus e, entre tropeços e sucessos, vamos caminhando e entendendo cada vez mais a sutileza e complexidade de tudo que somos...  



terça-feira, 17 de agosto de 2021

ARMADILHAS

 


           Como animais pequenos e tolos, somos sempre atraídos pelo que nos oferecem de prazer e “felicidade”. Primeiro os mais básicos; proteção e alimento para sobrevivência física. Depois, já mais “fortalecidos”, somos atraídos pelo “amor” e pela “valorização“, que nos são oferecidos através de  carinhos, elogios, adulação, poder, sucesso, riquezas...

            Mas quando sentimos que a armadilha se fecha, tanto para animais como conosco, quando entendemos que estamos aprisionados em situações que antes aceitamos e até desejamos, quando tudo que recebemos não nos nutre um vazio maior, não anula o medo do abandono...  Então, o anseio por liberdade fala mais forte e nos debatemos, lutamos para sair...

            E  “Com gente é diferente”, É mais complexa a falta dessas nutrições mais altas(espirituais) e a luta, até que, finalmente,  entendemos que as trancas dessas armadilhas só podem ser abertas por nós mesmos. Os prazeres do mundo, do ego, montaram a armadilha, mas só nós mesmos poderemos entender nosso papel nesse jogo e nos libertar!   Gritamos agora por liberdade, dignidade, amor e valorização interior e essa é a nossa luta.

            É muito difícil o processo da libertação, porque nos sentimos fracos e completamente enredados em nossas relações. Estamos acostumados a buscar valor e nutrição afetiva no mundo fora: em pais, filhos, amantes, amigos, no mundo maior! Ainda não acreditamos em nosso próprio valor e não aprendemos a nos amar com carinho, gentileza, confiança...

             Nossos “senhores afetivos” também não sabem que os carcereiros estão tão presos quanto seus subjugados e não querem abrir mão dos jogos de poder e manipulação, em nome do amor.

             Precisamos efetivamente e pacientemente entender nosso papel nesse jogo que tanto nos anula e escraviza uns aos outros: o prisioneiro e o carcereiro, o esperto e o tolo, o poderoso e os subjugados, o sucesso e o seguidores, o que manda e o que obedece... Isso nos leva sempre a uma agonia ou ao que nos anestesia!

            O que essas armadilhas nos ofereciam, ou oferecem?    O conforto alimentado por nossa acomodação preguiçosa? O sexo sem compromisso? O sexo como arma de poder, de manipulação ou de carência? Ou foi o medo orgulhoso de ser preterido? Ou é a vaidade soberba de nos mostrarmos superiores? Será a vontade de “dar o troco” que nos mantem acorrentados!? Qual o ganho que tinha e já não me serve mais?...

             Preciso me entender. Preciso me olhar com calma, coragem amorosa, com compaixão honesta e firme, com carinho e gentileza. É um processo paciente, para ir tirando a ferrugem dessas trancas em mim. É um despertar da força e da humildade em mim! É importante observar a humanidade dos outros para entender melhor a minha. É fundamental a entrega ao amor de Deus através de contínua oração, pedindo força e orientação!

            O preço da liberdade é o eterno cuidado honesto e amoroso conosco.



terça-feira, 10 de agosto de 2021

CARINHO

 


        O carinho é a água que segue regando o Amor. Sem carinho continuamos a amar, mas o amor vai se ressecando e ressentindo, perdendo o viço e a alegria.

         É tão fácil fazer carinho com as crianças! Sua fragilidade, dependência, inocência... nos desarmam e atraem. Gostamos de beijá-las, tocá-las, abraçá-las, cuidar delas, dizer-lhes palavras doces, bobas, de puro amor. Receber o carinho delas é um deleite, uma gostosura.   Mas as crianças crescem, nós crescemos, e perdemos o esse jeito inocente e gostoso de amar, de dar e de receber carinho. Nosso modo de amar foi sendo contaminado pelas disputas, manipulações, seduções, paixões, desilusões, desconfianças...

Já adultos, entre adultos, as nossas relações mais próximas com filhos adultos, com pais, com companheiros, com amigos... foram perdendo a espontaneidade terna e alegre do carinho. Aprendemos a nos defender no Amor e já não o aguamos tanto de carinho. Amamos, mas o carinho ficou cada vez mais poupado, não fazemos nem recebemos o carinho que precisamos. Nesse mundo adulto e seco o carinho vai ficando sem espaço, tornando-se tolo, sem jeito de se mostrar para nutrir a relação e nosso coração.

 Não se vive realmente, docemente, sem nos sentirmos aquecidos pelo carinho. Buscamos essa nutrição com crianças, animais e até com plantinhas. Precisamos tocar e acariciar quem amamos, repetindo bobagens de amor; precisamos olhar amorosamente quem amamos, sorrir e falar docemente de quanto amamos, de quanto é importante esse amor, esse encontro em nossas vidas... 

Em relações muito agredidas e ressentidas, precisamos nos desarmar para ousar no amor!     Precisamos de “Coragem para Mudar” nosso jeito de amar; de coragem para chegar aos outros ousando parecer “bobos”, ousando enfrentar o olhar sem graça e desconfiado de quem não espera isso. Podemos começar por um toque rápido e suave nas cabelos, nos ombros, ou um sorriso apenas cordial num momento de tranquilidade.

          Amar sem carinho é matar o amor lentamente. Secando-o,  vamos nos secando, como um galho triste e morto, em  uma terra árida e sem alegria.  O carinho é o alimento suave, doce, colorido, perfumado, que nutre nossos amores e nossas vidas.




terça-feira, 3 de agosto de 2021

A CASA VAZIA

 


         Minha casa está vazia...

Os mais velhos da família, já partiram. Eles eram a base de nós todos, as raízes que se entrelaçaram e nos criaram, tão diferentes, mas brotos das mesmas raízes, com valores semelhantes, com a mesma capacidade de amar e cuidar. Mas eles já se foram... Pais, tios, avós, primos, velhos amigos... Eles nos criaram, cuidaram, acompanharam... Mas eles já se foram... Deixaram lembranças, carinho, valores, exemplos e até a aceitação da perda dessas gerações mais velhas...

Mas agora foram-se os mais novos! Um a um, eles se foram! Filhos, depois os netos... cresceram, “casaram e mudaram”. Eles se foram...  Como dói! Como agora posso entender a dor dos mais velhos! A casa está vazia, com ruídos estranhos substituindo as vozes, os risos, as discussões, os pequenos segredos murmurados, as reclamações das pequenas doenças, dos pequenos desejos frustrados...

Em cada lugar ressoam lembranças...Cozinhas congestionadas, banheiros desarrumados, quintal com animais e bolas, colegas chegando e entrando sem cerimônia...  Nos quartos, ainda ressoam vozes, risos e choros das sempre tantas crianças, vozes de adolescentes contestadores, de jovens descobrindo os desafios do mundo... Ressoam os gritos de agonia com/de um jovem perdendo a luta e a vida para a doença das drogas e ecoa o susto, até hoje horrorizado com a perda inesperada de um bebê e de um outro jovem tão sadio... Mas também as alegrias de jovens vencedores na disputa por trabalho, vencedores na luta pelo amor, encarando o desafio de saírem do ninho e forjarem seus próprios destinos longe de nós...

         Hoje, as suas aventuras e passeios, contados em fotos e vídeos, nos chegam misturados às nossas próprias lembranças com eles... Nas festas principais ainda nos reunimos ou nos falamos, quase todos. Alguns moram muito longe, embora o amor nos mantenha unidos; outros, parecem esquecer ou rejeitar o ninho. Criamos pessoas únicas, que reagem de modo diferente à vida, mas certamente é um consolo saber que o tempo e as lembranças irão trazê-los, todos, à essa casa da infância e dessas memórias e dessa base amorosa vão retirar força e consolo nas lutas de suas Vidas .

Existem dias, momentos, em que esse vazio parece nos sufocar, mas preciso me distrair e ocupar com o momento, fazer-me sentir que valeu a pena e curtir, mesmo à distância e com alegria, as vitórias da família, sem a sombra de nossos momentos de tristeza e saudade. Preciso viver o presente, aceitar o processo da vida e ser um bom exemplo para eles, quando no futuro tiverem que encarar suas próprias casas vazias.




terça-feira, 27 de julho de 2021

LIBERDADE II

 


         O Bem maior que nos foi dado por Aquele que nos criou é a Liberdade! Ela é a chave que possibilita nosso progresso, nossa evolução. Sem ela, nós estagnamos, nos conformamos ou nos submetemos, transformamo-nos em mortos vivos, fantoches de gente, em possibilidades abortadas de Vida. Fazer escolhas, livres, quaisquer escolhas, colher as consequências, boas ou más, dessas escolhas, aprendendo sempre... Essa é a condição primeira para a verdadeira mestria que a vida nos oferece!

          Não vivemos sós. Aprendemos a ser humanos em interação com outros humanos. Nessa proximidade, necessária e difícil, a Liberdade está sempre atrelada ao Respeito, ao espaço que todos necessitamos para dizer quem somos, o que desejamos, o que pensamos...

          Em Família , muitas vezes, em nome do “Amor”, queremos dominar e controlar pessoas adultas. Na verdade, sem sentir, escondemos assim nossa soberba, vaidade e prepotência em achar que sabemos mais, que podemos mais; escondemos, também, nessa tentativa constante de controle, o nosso apego, o nosso medo da perda e do abandono e justificamos assim a invasão do espaço e da liberdade do Outro. Mesmo com crianças e jovens, é necessário, desde o início, dar e dosar a liberdade de escolhas, sempre acompanhada da realidade de assumir as consequências das suas escolhas.  

          Muitas vezes, em nome da preservação do “Amor e da relação”, abrimos mão de nossa liberdade e nos deixamos subjugar, dominar... para depois cobrar e nos sentirmos vítimas do que a princípio aceitamos...   Também, por comodismo, ganância e insensibilidade, abusamos dos mais fracos e carentes materialmente, forçando-os a aceitar o que lhes impomos, sem escolha...   Em grupos maiores, entre as nações, escondemos nossa soberba, nossa vaidade, cobiça e prepotência, invadindo, enganando, agredindo, amordaçando e aprisionando a dignidade e liberdade uns dos outros, com a crença de que “sabemos o que é melhor”...

          Tanto pessoas como nações, a princípio buscando ganhos afetivos ou vantagens materiais e territoriais, deixaram invadir seus direitos de escolha, sua liberdade... Mas, é uma questão de tempo... acordam, cobram, zangam-se, rebelam-se...Entendem que aceitaram uma troca injusta, que não os nutrem como seres inteiros, que os humilham... Têm vergonha, raiva e finalmente entendem a importância de serem livres!

Somos seres espirituais, ainda que numa passagem material. Sermos livres é a condição primeira, o princípio espiritual básico para nosso caminhar. Precisamos respeitar nosso direito e o dos outros. Refletindo: o quanto estamos livres e respeitamos a liberdade uns dos outros?

Atenção!  A Liberdade é inegociável!




terça-feira, 20 de julho de 2021

Continuidade

 


         “Só é duradouro aquilo que se renova todos os dias”

Para o bem ou para o mal, a continuidade do que pensamos, sentimos ou fazemos é que garante o processo da estagnação ou da mudança em nossas vidas.

A estagnação é garantida pelos hábitos confortáveis, por crenças, conceitos e preconceitos imutáveis, por sentimentos que se mantém acima de questionamentos e da razão, por atitudes repetitivas, filhas da continuidade desse modo de ser/estar. Nosso orgulho, vaidade e teimosia, garantem a continuidade de nossa paralização na vida pessoal e na história de nossa sociedade.

A renovação, pela qual tantas vezes ansiamos e precisamos, pressionados pela dor da própria vida, também depende de dar continuidade a novos conceitos, novas atitudes, de criar novos hábitos de cuidados conosco mesmos e com as nossas relações. É difícil mudar! No entanto, não podemos desistir! Mas só a continuidade perseverante, desse novo modo de ser/estar é que pode enfraquecer os nossos velhos hábitos, nos dar força e coragem para   fazer vencer e firmar a mudança que tanto precisamos.

A continuidade também é importante para a manutenção do que já é positivo e gostoso em nossas vidas- bons hábitos e boas relações. Para rompermos com a estagnação natural que ameaça se instalar e tornar  sem vida e sem viço as nossas relações mais queridas, só com a renovação constante de nossas atitudes, do nosso carinho, da nossa admiração, do nosso amor... Não basta amar “para  sempre”, é preciso, continuamente, renovar nossos votos, reafirmar nosso carinho, rever nossas atitudes e renovar o modo de ver o outro - enfim, atualizar o amor na relação de pessoas que, afinal, estão continuamente em mutação.

         Quando a dor de sentirmo-nos  perdidos, sem direção, ameaçados em nossa liberdade ou quando a dor do medo da rejeição e do abandono de nossos amores nos pressionarem, é importante ter a humildade e coragem para buscar nossa própria mudança e, com perseverança, paciência e firmeza, insistirmos, em dar continuidade à busca do melhor para nós mesmos.

          Ordem, disciplina, desejo, coragem, boa vontade, bom humor, paciência, persistência... são os ingredientes para darmos continuidade aos nossos mais caros projetos na vida!